A Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL/MT) arguiu ontem o secretário de Estado de Administração, Geraldo de Vitto Jr, e o reitor da Fundação Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), Taisir Mahmudo Karin, por requerimento proposto pelo deputado José Riva (PP) para prestarem esclarecimentos sobre os problemas ocorridos no cancelamento do concurso público em 22 de novembro passado. Foram mais de 274 mil inscritos e todos se frustraram com a falta de organização do evento. O novo concurso tem data programada para 31 de janeiro – fundamental e médio – e 21 fevereiro – superior – (2010). Em primeiro questionamento, Riva recomendou o inicio das provas a partir de fevereiro.
Depois da celeuma instalada, instituições do governo apuram fatos que levaram à suspensão do concurso, como erros de logística e ingerência administrativa (falta de treinamento e orientação das pessoas que trabalharam). Vários setores se revoltaram com o ocorrido. A AL/MT tenta intermediar os conflitos na tentativa de externar a transparência.
O deputado Riva, presidente da Casa, formulou várias indagações ao reitor da Unemat. Entre elas o parlamentar quis saber das contratações dos elaboradores das provas, que segundo o reitor, a maioria é da Unemat. Ele indagou sobre o vazamento do conteúdo das provas, sobre segurança, da experiência dos executores, da fiscalização e outras.
Taisir afirmou relativo à segurança que a universidade tem sistema garantido de vigilância. Acerca dos fiscais, ele disse que a equipe presta concursos há alguns anos, "mas infelizmente vários fiscais foram candidatos, o que impediu de serem chamados". Nesse sentido afirmou que devem ser preparados novos fiscais através dos coordenadores.
Quanto à experiência dos profissionais, Taisir assegurou que são professores da casa com mais de 10 anos de concursos e vestibulares. Sobre vazamento das provas, ele disse que, ainda, está sendo everiguado pelo Ministério Público e Gaeco. "Queremos esclarecer o mais rápido, pois estamos falando de universidade e não de pessoas", observou.
Riva quer saber se houve prejuízo à Unemat e como será suportado. Ele também sugeriu que o reitor envie cópia documental de todos os profissionais, com formação, para a AL/MT realizar acompanhamento.
Depois das explicações do reitor, o deputado Riva voltou a destacar que um dos grandes equívocos se refere à modalidade do concurso. "Foi um erro fazer o concurso em um único dia. Acho que deveria ser feito em três fases", disse e completou: "Sugiro que qualifiquem melhor os fiscais. Temos de admitir que nunca fizemos um concurso deste tamanho. O Brasil inteiro estará de olho em Mato Grosso. Não houve má fé do Estado e nem da Unemat. Confio nos dois, mas a sociedade nos cobra responsabilidades e com razão".
O reitor admitiu falha, entretanto reforçou tese de que a fundação está habilitada para realizar o evento. "Acho importante dizer que a Unemat tem preparo para realizar evento desta natureza e não queremos repetir os erros. Estamos pedindo para que esta Casa nos ajude. Queremos que esta universidade seja uma referência", disse.