O Ministério Público Estadual pode denunciar mais pessoas para a justiça devido o rombo de R$ 44 milhões nos caminhões e maquinários comprados, pelo governo estadual, com preços superfaturados. Os promotores esperam análise técnica de 20 transferências de sigilos fiscais e bancários. Segundo a promotora Ana Cristina Bardusco, muitas informações bancárias ainda não foram remetidas pelos bancos, mesmo com a cobrança efetiva da promotoria. Ela explicou também que, dependendo dos resultados dos sigilos fiscais e bancários, novas diligências poderão ser feitas e o oferecimento da denúncia demandará tempo considerável. “Devido à complexidade das investigações, não estipularemos prazo para a conclusão dos trabalhos”, reforçou. Todo o inquérito, que compreende 56 volumes, tem aproximadamente 10.800 páginas.
Ela deixou claro que não há pedido de prisão preventiva no âmbito judicial para nenhum dos envolvidos. Há poucos dias foi ventilado que haveria pedidos de prisões alguns ex-servidores estaduais. “O que existe é um relatório elaborado pela Polícia Fazendária, no qual representa por esta providência em relação a dois indiciados. No entanto, a manifestação ministerial ocorrerá no momento do oferecimento da denúncia”, explicou a promotora. A intenção do MP é oferecer uma denúncia que inclua todos os envolvidos com a devida responsabilidade em cada um dos crimes que foram cometidos. As investigações apontam indícios para a prática de crimes de fraude em licitação, corrupção e lavagem de dinheiro. “Esperamos que não seja necessária a fragmentação da denúncia para garantir eficiência e celeridade na instrução processual”, destacou Bardusco.
Conforme Só Notícias já informou, os promotores de Justiça que atuam na Defesa do Patrimônio Público de Cuiabá encaminharam cópia do inquérito civil à Procuradoria Geral de Justiça para avaliar eventual participação do ex-governador Blairo Maggi, senador eleito. O procurador-geral de Justiça, Marcelo Ferra de Carvalho, disse, através da assessoria, que iniciará a análise esta semana.
No dia 16, a Promotoria de Justiça ingressou com duas ações civis públicas por ato de improbidade administrativa contra os ex-secretários de Administração, Geraldo de Vitto, e Infraestrutura, Vilceu Marquetti. e 9 empresas que venderam caminhões, pás-carregadeiras, tratores e retroescavadeiras para o governo.