O deputado Wallace Guimarães vai mesmo deixar a disputa interna do Partido dos Democratas (DEM) pela indicação do candidato a prefeito de Várzea Grande. Deixa o espaço livre e aberto para o ex-conselheiro do Tribunal de Contas, Júlio Campos. Mas não sai como derrotado. Em nome do entendimento, Wallace deverá indicar a esposa, Jaqueline Guimarães como candidata a vice na chapa. A exemplo do marido, Jaqueline atua na área médica. Segundo uma alta fonte democrata ligada aos entendimentos, o fechamento do acordo ocorre nesta quinta-feira, em São Paulo, na sede do Ibope.
Por essa razão, os democratas resistiram em muito para divulgar o resultado da última pesquisa encomendada junto ao instituto, que seria o grande balizador da definição do nome. Em que pese Júlio Campos já ter arrebanhado para si todo o apoio político necessário para “bancar” uma candidatura, tipo apoio dos convencionais democratas e de partidos aliados. O acordo evita um “racha” dentro da sigla, que estava na eminência de ocorrer em face da insatisfação de Wallace.
Para deixar a disputa, Wallace terá outras compensações. Caberá ao deputado estadual indicar ainda, na hipótese de vitória de Júlio, dois nomes para compor o staff administrativo. As duas secretarias não estão definidas, mas, certamente, uma delas deverá ser a de saúde, onde Wallace tem maior atuação. “A outra será de atuação mais eleitoral” – explicou a fonte. Isso significa apoio à reeleição de Wallace em 2010.
A indicação de Jaqueline para a vice de Júlio, no entanto, pode trazer contratempo na articulação dos democratas para a composição de forças políticas. O PTB é um deles. No final de semana, os trabalhistas chegaram a definir o nome do empresário Izantino Metello para ser o candidato a vice. Na ocasião, o presidente do Diretório Regional, Osvaldo Sobrinho, chegou a mencionar que caso o partido não ficasse com a vaga de vice, iria conduzir a sigla para outras alternativas eleitorais no município.
O acordo entre Júlio e Wallace coloca fim a uma disputa cujos resultados teriam efeitos indesejáveis. O “racha” na sigla significaria mais fôlego para o adversário Maksuês Leite (PP), deputado estadual, principal opositor dos Campos neste momento. A relação entre Campos e Guimarães, em determinado momento, chegaram a ficar tensas. Uma derrota do DEM na cidade significaria, por outro lado, um duro golpe contra o projeto eleitoral do senador Jaime Campos, que já se lançou como nome para a sucessão de Blairo Maggi no Governo do Estado.