O projeto de lei que autoriza a prefeitura a abrir crédito na ordem de mais de R$ 12 milhões para pagamento dos servidores não precisava ter sido aprovado pela Câmara para que os servidores públicos recebessem seus salários.
Segundo o relator do projeto, vereador Leocir Faccio (PDT), até agosto passado, o saldo disponível para a folha era de pouco mais de R$ 7 milhões. “Além disso, o prefeito ainda poderia remanejar mais recursos dentro dos 8% que são autorizados sem permissão legislativa”, explicou. Na opinião dele, o remanejamento de recursos de outras secretarias é resultado da falta de planejamento. “No total, entre projetos aprovados pela Câmara e decretos, a Prefeitura retirou R$ 2, 3 milhões da folha de pessoal para aplicar em outras coisas. Se não havia recurso suficiente por que se remanejou?”, questionou.
Faccio criticou ainda os membros do Executivo que propagaram a informação que, sem essa aprovação, os servidores ficariam sem receber este mês. “Os números mostram que isso não é verdade. Essa forma de se fazer política com a manipulação de pessoas não constrói uma sociedade”, alfinetou. Para o vereador Luis Fabio Marchioro (PDT), a desobstrução da pauta demonstra que os vereadores estão preocupados com a comunidade. “Sabíamos que há recursos para o pagamento do funcionalismo, mas para não gerar uma situação pior, resolvemos aprovar o projeto”, completou. Marchioro desmentiu também a informação de que o departamento esportivo municipal estaria sem verbas para realizar competições por causa do projeto que ainda não tinha sido votado. “Quem disse isso mentiu. Não há uma vírgula nesse projeto que fale de esporte”, esclareceu.
Conforme o vereador, o remanejamento de recursos irá prejudicar várias secretarias municipais. “Serão tirados R$ 2 milhões da Secretaria de Obras, R$ 1,2 milhão da Secretaria de Indústria, R$ 710 mil da Secretaria de Transportes, R$ 710 mil da Secretaria de Agricultura e R$ 45 mil do Fundo dos Direitos dos Idosos, entre outros, para cobrir despesas de salário. Será que houve tanto aumento na folha?, cobrou.
De acordo com Marchioro, essas tentativas de envolver a população numa emaranhado de mentiras para beneficiar interesses particulares só prejudicam o desenvolvimento do Município. “Fomos eleitos para ajudar no crescimento de Sorriso. Mas para que isso aconteça é preciso que todos os gestores públicos tenham responsabilidade e falem com clareza e respeito à sociedade”, finalizou.