O vereador Chagas Abrantes (PR) terminou, agora há pouco, seu depoimento na Comissão de Ética e Decoro Parlamentar e negou todas as denúncias que ele e os vereadores Gerson Frâncio, o “Jaburu” (PSB)”, e Roseana Marques (PR) estariam negociando troca de apoio político ao prefeito Chicão Bedin por vantagens financeiras-=. Ao Só Notícias, após o depoimento à comissão, ele declarou não ter dúvidas de que foi vítima de uma armação política que tentou acusá-lo de corrução.
Chagas ressaltou que em nenhum momento, durante as gravações, há o pedido dele por propina. O parlamentar alegou que estava tentando provar que quem estava praticando a ilegalidade eram os membros da prefeitura, no caso oferecendo propina para comprar o apoio político dos vereadores, que agora são acusados. “As gravações comprovam que o Santinho [Salermo, secretário de Indústria e Comércio] só ouviu não da minha boca”.
O ex-presidente do legislativo acredita que virou um “alvo” do Executivo municipal por ser de oposição a atual gestão e ter um crescimento político, inclusive com seu nome sendo ventilado em pesquisas de opinião para a sucessão municipal do próximo ano. Ele avaliou toda esta situação como uma tentativa desesperada para manchar sua imagem.
O trabalho da comissão foi finalizado após um dia inteiro de depoimentos. Ao todo, foram ouvidas 12 pessoas, contando os dois vereadores envolvidos no escândalo. O relator da comissão, João Matos (PTB), ao Só Notícias, disse que faltam ser ouvidos o vereador Jaburu e uma testemunha de defesa dele, que também não compareceu. A comissão agora vai marcar uma nova data para colher o depoimento do parlamentar e desta testemunha. Caso eles não compareçam, o relatório será finalizado sem os depoimentos deles.
Matos afirmou que o não comparecimento de Jaburu atrasará a entrega do relatório final da comissão. A expectativa era entregar o documento na sessão ordinária da próxima semana. Mas com esta falta, ele acredita que o documento possa ser entregue até o final deste mês ou início do próximo.
Conforme Só Notícias já informou, antes de Chagas, Roseana prestou esclarecimentos e resumiu seu depoimento como “tranquilo, apesar de constrangedor” por estar enfrentando as acusações. Ela negou qualquer tipo de pedido de propina e mais uma vez ressaltou que foi as reuniões, gravadas por secretários municipais, a pedido do vereador Jaburu. Roseane afirmou ainda que esta situação está acontecendo devido a atuação ruim do Poder Executivo municipal, que pretende jogar a culpa do pouco trabalho que vem fazendo no Poder Legislativo. Roseane foi acusada de pedir uma casa em um residencial popular e um repasse mensal em dinheiro.
O trabalho da comissão iniciou hoje pela manhã. O procurador jurídico da prefeitura, Zilton de Almeida, foi ouvido e seu depoimento durou cerca de 1h30. Confirmou que fez as gravações onde Jaburu e Roseane pediram vantagens em troca de apoio. Também afirmou, ao Só Notícias, que algumas gravações foram feitas com conhecimento do Ministério Público.
Em seguida, falou o secretário de Administração, Rondinele Urias. Também prestou esclarecimentos o secretário de Indústria e Comércio, Santinho Salermo, outro acusado de ter feito as gravações onde o veador Gerson Frâncio chega a pedir R$ 400 mil em troca de voto nas contas da prefeitura.
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