Mesmo com a pauta obstruída, a Câmara de Sorriso realizou ontem a 30ª sessão ordinária do ano. Por causa do impasse entre os poderes Legislativo e Executivo quanto a destinação de uma área no Município para o IFMT construir sua unidade em Sorriso, o plenário ficou lotado. Novamente, cabos eleitorais e servidores da Prefeitura munidos de cartazes ofensivos ao Poder Legislativo participaram da sessão.
Desta vez, os cidadãos que apóiam os vereadores oposicionistas também se manifestaram com o uso de cartazes. Logo no início dos trabalhos, o presidente da Casa, vereador Chagas Abrantes (PR) explicou que os vereadores não estão votando as matérias para pressionar a Prefeitura a encaminhar o projeto de lei de doação de um terreno no Villa Romana ao IFMT, conforme compromisso firmado pelo prefeito Chicão Bedin no ano passado. "Essa é uma atitude democrática, um dispositivo legal, que o Senado, Câmara Federal, Assembléias Legislativas e Câmaras em todo o país utilizam quando julgam necessário, completou.
Chagas também pediu aos presentes para que se mantivessem em silêncio durante o pronunciamento dos parlamentares lembrando que o Regimento Interno da Câmara proíbe manifestações. "Peço a todos que, educadamente, ouçam os vereadores. Porque se eles estão aqui, foram vocês que os escolheram".
Apesar do pedido do presidente, muitos manifestantes contrários a obstrução da pauta não se contentaram em apenas levantar cartazes e insistiram em tumultuar a sessão. Para controlar os ânimos dos mais exaltados, Chagas pediu calma e respeito às autoridades. "Eu só peço que muitos de vocês não sejam confundidos com aqueles que estão com os bolsos cheios de dinheiro e estão vindo aqui por isso. Essa manifestação tem que ir pra Prefeitura para pedir ao prefeito que encaminhe o projeto pra Câmara aprovar", finalizou o presidente.
CPI – Durante uso da tribuna, o vereador Jaburu (PSB) pediu à Mesa Diretora da Câmara a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar onde a Prefeitura está aplicando os recursos do Município. "Não foi feito nada que justifique esses gastos. Se ele (prefeito) está certo, nós vamos verificar nos documentos", disse.