O vereador Maximino Vanzella (DEM) acaba de ter mandato cassado pela câmara municipal, acusado por quebra de decoro parlamentar por suposta participação em reunião onde seria planejado atentado a um suplente em sua coligação mas a culpa seria atribuída a um veredor do grupo de oposição. Por maioria de votos, foram acatados os quesitos apontados pela comissão que apurou as denúncias. No primeiro (quebra de decoro) 8 vereadores julgaram procedente, 1 não e outro se absteve. No segundo, sobre a participação e contribuições com opiniões para que acontecesse o suposto atentado, o mesmo resultado. No terceiro, “que teria oferecido um emprego em Lucas do Rio Verde ou Cuiabá para quem executasse o plano”, o placar foi 6 procedentes, 3 contra e uma abstenção. No quarto, que tinha ciência da contratação de um suposto executor do atentado, além de falso testemunho, houve mesmo placar anterior.
A sessão desta manhã durou cerca de duas horas e terminou há instantes. A bancada oposicionista -que tem ampla maioria (8 dos 10 parlamentares)- votou pela perda do mandato de Vanzella, que foi líder do prefeito na câmara por 3 anos e meio. Vanzella não foi à câmara. Nem seu advogado. Mas a presidência da câmara nomeou o advogado Mauro da Silva Andrieski para defendê-lo. Ele foi à tribuna e questionou a acusação apontando que não procede, e faltavam elementos suficientes que caracterizem a quebra de decoro.
Com a cassação, o segundo suplente da coligação (DEM-PRB), Francisco Fontenele de Sousa, deve continuar no legislativo. Ele assumiu em junho, quando Vanzella foi afastado pelo legislativo. Maximino Vanzella deve recorrer da decisão.
A primeira sessão, na terça-feira (29) havia sido adiada pelo não comparecimento de Vanzella, que apresentou atestado médico, e do advogado, que afirmou não ter sido notificado. Conforme Só Notícias informou em primeira mão, o relator que apurou a denúncia, vereador Luis Fabio Marchioro, concluiu que Vanzella “teve conduta incompatível com o parlamento, faltando com o decoro ao menos de forma tentada”. Ele pede a cassação de Vanzella por quebra de decoro por supostamente ter participado da articulação de um atentado (que não ocorreu) contra o suplente Cícero Zimmerman, do mesmo grupo político, no qual a culpa seria atribuída ao ex-vereador Gerson Frâncio, o “Jaburu” (que é do grupo de oposição).
Na semana passada, Vanzella se manifestou e contestou o relatório, apontando que “tudo que está lá, mostra que eu não tenho nenhuma culpa. Mas como tem interesse político, eles estão fazendo isso”. Acrescentou que “estava incomodando na câmara quando denunciava vereadores da oposição” e pontutou estar se “sentindo constrangido com essa situação. Sei que vou ser cassado, mesmo sendo inocente. Peço desculpas a minha família e a sociedade”.
O caso da suposta reunião seria de 2011, sendo a mesma denúncia analisada pela Polícia Civil, no ano passado, que acabou arquivando-a. A denúncia foi feita à comissão pelo vereador Hilton Polesello, corregedor do legislativo. Ele não participa da votação e, em seu lugar, foi chamado o suplente Bruno Stellato.
Vanzella é o 4º vereador, da atual legislatura, a ser cassado. Ano passado, Chagas Abrantes, Jaburu e Roseane Marques, que estavam na bancada de oposição, tiveram mandatos cassados acusados de pedirem propina ao prefeito em troca de apoio político na câmara.
(Atualizada às 11:31h)