O ex-governador Silval Barbosa (PMDB) foi acusado, em delação do empresário Wesley Batista, de ter acertado recebimento de propina de "R$ 10 milhões por ano" para que o grupo JBS fosse beneficiado, em Mato Grosso, com incentivos fiscais e pagasse menos imposto.
"Quando Silval assumiu o governo em 2011", "logo no início do governo, ele acabou com regime de estimativa (recolhimento de ICMS) e algumas empresas ficaram sujeitas a pagar alíquota de imposto de 3,5%. Foi quando começou a surgir o problema. Quando ele revogou esse ato normativo de pagamento por estimativa, as empresas ficaram sujeitas a pagar esses 3,5%. Só que tinha, naquela época, umas 7 empresas de diversas empresas que tinham no Mato Grosso um incentivo que chama no Mato Grosso de Prodeic. Esses incentivos dava para aquelas 7 fábricas do que as outras ficavam sujeitas a pagar que era os 3,5%". "Quando ele cortou isso, eu imediatamente fui ao gabinete do governador Silval Barbosa e disse que do jeito que iria ficar seria impossível porque tem uma meia dúzia de fábricas e empresas que têm incentivo do Prodeic que vão ficar pagando de 0 a 1% e outras 3,5%, do mesmo ramo e da mesma atividade. Criou-se aqui uma situação de desiquilíbrio no setor", declara Wesley.
"Foi onde começou efetivamente a negociação de, tudo bem, achar uma solução para 'vocês JBS pagarem similar aos outros que têm o Prodeic ' e em troca um pagamento de propina. Aí foi onde começou o pagamento de propina, o rolo no Estado do qual nós estávamos inseridos". "O então governador e o secretário dele por nome Pedro Nadaf sugeriram que o Estado nos concedesse o seguinte: olha, como nos últimos 8 anos do governo Blairo Maggi as empresas pagaram por estimativa e abriram mão do crédito que elas tinham de energia, de embalagem, ele falou olha: 'faz um levantamento de quanto vocês abriram mão de crédito dessas embalagens, energia e insumos, desses últimos anos e eu dou isso de crédito para vocês'. "Nós abrimos mão ao redor de R$ 70 milhões de crédito". "Aí o governador disse eu dô esse crédito que vocês abrirem mão pra vocês compensarem desses 3,5% e vocês ficarem pagando similar ao Prodeic". "Nesses R$ 70 milhões que foi (sic) concedidos, começou a discussão do pagamento da propina".
Wesley diz que o governador e o então secretário Pedro Nadaf pediram 30% em cima dos R$ 70 milhões para pagar propina. "Eu acertei ao redor de R$ 10 milhões para aquela oportunidade", afirmou. "Para cada ano nós pagamos ao redor de R$ 10 milhões de propina para ter este crédito", acrescentou.
Assista ao trecho da delação publicado pela Joven Pan