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Situação de brasileiros melhora na Bolívia e deputado de Mato Grosso descarta ‘resgate’

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Só Notícias/Marco Stamm, de Cuiabá (foto: Cleia Viana/arquivo/assessoria)

Apesar das 23 mortes contabilizadas pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) em pouco mais de um mês de protestos da Bolívia, a situação para os brasileiros que moram e estudam no país vizinho é mais tranquila após a renúncia do ex-presidente Evo Morales, no dia 10 de novembro. A informação é do deputado federal Emanuel Pinheiro Neto (PTB), que acompanha a crise desde o início e que faz gestão junto ao Itamaraty e à embaixada boliviana para garantir os direitos dos compatriotas, principalmente estudantes que se concentram na cidade de Santa Cruz de La Sierra.

De acordo com Emanuel, mesmo com os protestos em favor de Morales e contra a presidente autoproclamada Jeanine Añez, as condições humanitárias e de infraestrutura melhoraram na Bolívia com a reabertura de fronteiras e retomada de voos.

“As coisas estão se acalmando. Algumas fronteiras já foram abertas com as articulações da diplomacia e também com a amenização do drama após a renúncia do ex-presidente Evo Morales, o que possibilitou, num primeiro momento, o tráfego de ônibus e carros que faziam o trânsito destes passageiros da Bolívia para o Brasil. Os aeroportos voltaram a funcionar normalmente, pouco a pouco a rotina de trabalho nos supermercados que estavam abrindo em pequenos momentos do dia, e com escassez de alimentos, foi restabelecida”, informou o parlamentar ao Só Notícias.

No auge dos conflitos, quando opositores de Evo Morales questionavam o resultado das eleições presidenciais e pediam a renúncia do líder indígena, houve pânico entre os brasileiros, desabastecimento nos supermercados e postos de combustível, suspensão de voos e as fronteiras foram fechadas, inclusive a de Cáceres.

À época, o deputado Emanuel procurou o Itamaraty e o embaixador da Bolívia no Brasil, José Kinn Franco, para articular uma espécie de “resgate” dos brasileiros. A medida extrema, na opinião do parlamentar, já não é mais necessária e os contatos com a embaixada vizinha devem diminuir, uma vez que o diplomata já anunciou que deve pedir a renúncia nos próximos dias por não ser alinhado com o governo de Añez.

“Neste momento, segundo informações das autoridades brasileiras e confirmadas por muitos dos alunos com quem conversamos na Bolívia, não tem mais essa emergência [de resgate]. Mesmo assim vamos continuar acompanhando as famílias e monitorando a situação para dar o apoio que for necessário”, completou Emanuel.

A Bolívia se afundou em crise após a reeleição de Morales para o quarto mandato seguido. Os opositores apontaram fraude nas eleições e, após auditoria da Organização dos Estados Americanos (OEA), constatou-se irregularidades no processo eleitoral. Pressionado por parte da população que mantinha apoio das forças armadas, Evo Morales renunciou ao cargo no dia 10 de novembro e exilou-se no México.

Com a vacância de poder, a então senadora Jeanine Añez se autoproclamou presidente numa sessão legislativa contestada com a missão de convocar novas eleições. Apoiadores de Morales não aceitaram as medidas, acusaram golpe de estado e foram às ruas protestar, mantendo o clima de insegurança e instabilidade na Bolívia.

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