A câmara aprovou, ontem à noite, com 10 votos favoráveis e 4 contrários, moção de repúdio contra atos do governo do Estado devido a situação da saúde pública no Estado. Foram contrários os vereadores Dilmair Callegaro, Icaro Severo, Adenilson Rocha e Luciano Chitolina.
O vereador autor da moção, Joacir Testa (PDT), explicou que a moção não é contra a pessoa do governador mas com atos do governador devido a "todas as dificuldades que temos na saúde, com muitas pessoas precisando de atendimento e não tendo, descaso com fornecedores que esperam muito para receber. Há cerca de R$ 40 milhões de débitos no Hospital Regional, sendo R$ 22 milhões do período de intervenção (iniciando no governo de Silval de 2014 a indo até fevereiro 2016). Até agora são mais R$ 18 milhões", expôs. "A folha salarial dos funcionários está, mas estão com atrasos nos vale alimentação. E os médicos estão há dois meses em atraso. Esta moção é contra ato do governo. Não é nada a pessoa do governador. Mas quem está lá tem que resolver os problemas graves", concluiu o vereador pedetista.
O vereador Adenilson Rocha (PSDB), que foi contrário à moção, disse que a "medida não resolve o problema. O governo vem enfrentando muitas dificuldades, está quitando débitos, tem muito ainda a quitar e tem que resolver logo o problema da saúde pública. Temos um secretário novo de Saúde e queremos que venha logo aqui a Sinop conhecer a realidade do hospital regional e miminizar com urgência os principais problemas, quitando dívidas com hospital. Há boa intenção do governo mas é preciso priorizar solução emergencial", expôs. "O governo tem méritos, resolveu muitos problemas, como o da segurança que melhorou. Mas tem que resolver a questão da saúde pública que está ruim", acrescentou.
O déficit que o governo do Estado tem com hospitais regionais é de R$ 162 milhões. Semana passada foram pagos cerca de R$ 61 milhões e esta semana há previsão de serem quitados mais R$ 13 milhões.
O governador Pedro Taques tem discutido com deputados e lideranças, desde a semana passada, um pacto para destinar parte dos recursos do Fethab (Fundo Transporte Habitação) para emergencialmente resolver os problemas mais graves na saúde pública. O presidente da Assembleia, Eduardo Botelho (PSB) já sinalizou que é favorável. Alguns prefeitos estão resistindo à proposta porque poderia trazer redução nos repasses do Fethab para as prefeituras.