O vereador Wolgran Araújo de Lima (DEM) ingressou com interpelação judicial para que o prefeito Juarez Costa (PMDB) apresente provas sobre acusação de corrupção contra ele, feita no último dia 20, em reunião com demais parlamentares, para encerramento da greve dos professores. O legislador cobrou solução, fez criticas e Juarez teria reagido aos gritos, acusando-o de não ter "moral" para questioná-lo e que cobrou propina de uma empresa e teria se "vendido".
Wollgran saiu da reunião e pouco depois, o empresário teria sido chamado para ir à prefeitura, onde teria afirmado o suposto pedido. Não foram mencionados mais detalhes sobre a circunstância do suposto caso. “Eu e o prefeito tivemos um desentendimento, os ânimos ficaram acalorados. Mas ele fez uma acusação grave e quem faz isso, precisa provar, ter base […]. Todas minhas contas estão abertas”, afirmou o vereador ao Só Notícias.
Inicialmente, o presidente da Câmara de Vereadores, Dalton Martini (PP), descartou a possibilidade da instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, mesmo com demais parlamentares que supostamente teriam presenciado tudo. Justificou a ocorrência apenas entre Wollgran e o prefeito, não sendo a mesa diretora provocada pelas partes.
Wolgran tem sido um dos principais oposicionistas do prefeito Juarez Costa. No legislativo, tem feito cobranças quanto a conclusão de obras atrasadas, criticou impasse da prefeitura com Sintep na questão da greve, problemas na saúde pública e em outros setores.
Os profissionais da educação decidiram, no último dia 25, continuar a greve, que hoje completa 43 dias. Eles podem ser exonerados, já que a gestão apontou abrir uma sindicância. Um dos embasamentos pode ser a decisão do desembargador Guiomar Borges, do Tribunal de Justiça, que considera ilegal a paralisação.
Segundo o Sintep, 30% dos profissionais permanecem em greve. Eles reivindicam equiparação salarial com os do Estado, que ganham R$ 1,7 mil enquanto os municipais R$ 1,6 mil, além da diminuição da jornada de trabalho de 40 para 30 horas.