A secretaria municipal de Saúde de Sinop anunciou, ontem, a criação de uma comissão técnica de avaliação da Unidade de Pronto Atendimento (UPA 24 horas). A secretária Daniela Galhardo detalhou que quatro médicos irão compor a comissão, porém não informou a previsão para o relatório final. “Convidamos alguns médicos da nossa cidade e de outras instituições, que não dá plantão na UPA para fazer parte da comissão técnica de avaliação. Eles vão estar avaliando toda a UPA e depois emitindo um relatório emitindo pontos positivos e o que precisamos melhorar. Aproveitei também para fazer um convite a comissão de saúde da UNESIN (União das Entidades de Sinop) para que também possa avaliar nossos serviços e trazer toda celeridade e transparência a nossos munícipes”, explicou.
“Vai ser definido ainda (prazo para entrega do relatório). A priori convocamos eles, que aceitaram de pronto e vão começar a avaliar minuciosa para ver nosso cenário hoje, para apontar os pontos positivos e aquilo que precisamos melhorar nos nossos serviços. São médicos de outras instituições, especialistas como infectologistas para avaliar todo o cenário, para que a gente tenha o máximo de transparência”.
Daniela alertou para falta de leitos no município, atualmente. “A UPA de Sinop recebe de 15 a 18 mil pessoas por mês, lembrando que a gente recebe pacientes de fora. O que na alçada do município a gente faz, estabiliza o paciente, mas quando chega na parte de leitos de UTI que é alta complexidade, nós ficamos desamparado. O que o município precisa fazer estamos fazendo, temos essa dificuldade que não é só de Sinop, mas de nível estadual”, concluiu.
O médico Thiago Abreu, que vai compor a comissão, explicou que nos primeiros passos da comissão estão a “análise da estrutura atual, avaliando os serviços que estão sendo oferecidos, além de tentar identificar o que poderemos acrescentar em melhorias. Ainda é muito cedo, foi uma visita muito rápida. Alguns colegas estão vindo para fazer parte dessa comissão. Alguns deles ainda não conheciam a estrutura atual, são muitos que temos que analisar, ainda é muito cedo para alguma preposição nisso”, concluiu.
A criação da comissão ocorre após a morte de duas crianças em duas semanas na Unidade de Pronto Atendimento. No dia 8 de março, a menina de três anos faleceu após atendimento. A Polícia Civil abriu investigação para apurar possível negligência médica. No último final de semana, outra criança, de 2 anos, morreu após aguardar uma vaga na Unidade de Tratamento Intensivo. De acordo com o comunicado da prefeitura, a menina deu entrada “apresentando um quadro clínico bastante grave”. Segundo a nota, a primeira avaliação da criança indicou a necessidade de uma UTI pediátrica com urgência, tendo em vista que as Unidades de Pronto Atendimento “não são capacitadas para casos de alta complexidade”.
A equipe buscou transferência da paciente através do sistema de regulação para um hospital de referência, entretanto ao esperar por uma hora foi identificado apenas uma vaga em Cáceres (região Oeste). A criança permaneceu em atendimento “semi-intensivo da equipe multiprofissional que compõe o quadro clínico da UPA de Sinop e, com um quadro bastante agravado acabou evoluindo rapidamente e parou de resistir aos estímulos”, informou a prefeitura.
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