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Sinop: prefeito diz que Eder “é louco” e não recebeu R$ 700 mil de empréstimos fraudulentos

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O prefeito de Sinop, Juarez Costa (PMDB), rebateu nesta quarta-feira, as acusações do ex-secretário estadual de Fazenda, da Casa Civil no governo Silval Barbosa, Eder Moraes, que há poucos dias, o acusou de ter recebido um empréstimo de R$ 700 mil, que seriam pagos pelo governo estadual, para comprar uma sentença logo após ter sido eleito no primeiro mandato e derrubar cassação decidida pela justiça da comarca. Visivelmente irritado, ao ser questionado por Só Notícias, Juarez afirmou que Eder “é um louco. Um cidadão que eu nem conheço ou tenho contato. Um despreparado, que falou uma besteira e depois desmentiu. O que vocês têm que perguntar é ‘por que a cidade vai tão bem?”, retrucou. Eder comandou duas secretarias estaduais no governo Silval, principal líder do PMDB. Juarez foi forte aliado do ex-governador.

O prefeito ainda acusou adversários de usar a situação para fazer “politicagem” e se disse tranquilo com as acusações. “Por que diziam que eu seria cassado? Como sabiam por quantos votos seria, a hora, a data, o momento? Isso vocês nunca perguntam. Eu lutei 3 anos e 7 meses para ganhar na justiça o direito de ser prefeito. Ganhei em Sinop, Cuiabá e Brasília. Então, será que eu comprei todas essas sentenças? Então está aí, se ele falou, desmentiu. O prefeito está aqui tranquilo, trabalhando, não pesa nada contra mim. Nenhum tipo de acusação. Podem me investigar”, afirmou.

A oposição, na câmara municipal, estuda a possibilidade de criar CPI para investigar a acusação contra o prefeito, que também é investigado pela Polícia Federal na Operação Ararath.

Eder havia afirmado, em depoimento no Ministério Público Estadual, que assinou nota promissória de "R$ 700 mil" em uma factoring e o dinheiro foi enviado ao prefeito de Sinop "na campanha" (quando concorreu ao primeiro mandato) e que o empréstimo foi pago com recursos do governo do Estado. Ao explicar como feitas as operações financeiras que o MP apura, Eder disse que foram dezenas de empréstimos e os valores variavam (podendo passar de R$ 50 milhões). Ele também declarou que a ordem que recebeu para fazer o empréstimo e supostamente enviar ao prefeito sinopense foi às pressas.

"Em muito momentos se falava assim: tem que arrumar R$ 500 mil… R$ 700 mil pra mandar pro Juarez lá em Sinop que ele tá f….. na eleição e estão cassando ele. Me parece que tem uma história dessa… Tem que se arrumar urgentemente. O Júnior (Mendonça, empresário dono da facoting que concedia os empréstimos e cobrava juros) saiu desesperado e arrumou. Nessa promissória, o Eder assinou lá, até vim depois uma do governo. Então, tem muitas situações dessas", afirmou o ex-secretário, aos promotores. Ele ainda declarou que os pagamentos de muitos empréstimos eram bancados com recursos do governo estadual.

Porém, após trechos de seus depoimentos se tornarem públicos, Eder Moraes voltou atrás e disse que mentiu. “Estava extremamente tomado pela emoção de não ter sido atendido numa escolha para então ocupar uma vaga no TCE (Tribunal de Contas do Estado) qualificado que eu era para esta função e que, politicamente, praticamente me nomearam e depois me tiraram essa vaga. Então, todo esse contexto fez com que eu ali colocasse algumas palavras, e depois eu me retratei sobre todas elas. Então, só vou falar dessa situação agora em juízo”, declarou.

Está foi a segunda acusação feita ao prefeito de Sinop de ter recebido dinheiro dos empréstimos ilegais. Em depoimento na Polícia Federal, e revelado ano passado, o empresário Junior Mendonça, dono da factoring que fazia os empréstimos e operava o esquema juntamente com Eder, afirmou que haviam sido repassados R$ 500 mil para o prefeito sinopense e o objetivo era comprar uma sentença no Tribunal Regional Eleitoral para que ele não fosse cassado. A acusação é apurada pela Justiça Federal na Operação Ararath.

Em junho do ano passado, Só Notícias obteve documento onde a Polícia Federal apontava fortes indícios de corrupção do prefeito de Sinop, para que fosse indiciado. O inquérito, que faz parte da Operação Ararath, estaria tramitando em segredo de justiça.

Veja as acusações de Eder a Juarez

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