A prefeita Rosana Martinelli e vereadores estiveram reunidos, hoje, no hospital regional de Sinop, com a equipe técnica, após morte de 2 crianças que estava na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) aguardando vaga de UTI, que é de responsabilidade do Estado. “Viemos com os vereadores fazer essa visita ao hospital regional na busca de soluções e querendo entender porque o Regional não tem atendido a alta complexidade, como essas crianças, esses pacientes que estão na UPA. A população precisa ser atendida. Viemos verificar os leitos e estamos nos dedicando a isso para tentar o quanto antes encontrar uma solução”, explicou a prefeita.
Durante a reunião, o diretor do Hospital Regional, Jean Carlos Alencar, reconheceu que a unidade tem um déficit de servidores, porém, a Secretaria de Estado e Saúde já tem trabalhado para resolver o problema e que isso não tem impedido o atendimento de pacientes.
“Nossas equipes de profissionais têm se desdobrado muito para tentar atender as demandas que hoje batem à nossa porta. É preciso dizer que hoje estamos em processo de contratação, para o próximo mês, atingir nossa necessidade de profissionais. Temos um déficit de profissionais tanto de técnicos de enfermagem, quanto de enfermeiro, mas isso não nos impede de atender à população. Não temos leitos fechados por questão de equipe”.
Outro ponto questionado ao diretor do hospital é referente à UTI Pediátrica, fechada desde 2017. Ele lembrou que desde que foi inaugurado, em 2012, o Regional de Sinop era administrado por Organização Social de Saúde e que em fevereiro deste ano a unidade passou a ser gerida pelo Governo do Estado.
“Já existe um planejamento da Secretaria para reabertura de UTI pediátrica, assim como finalização das obras que são realizadas e que vão possibilitar [um] salto na melhora dos atendimentos. Isso já está dentro de um planejamento e, principalmente, no que se refere ao atendimento pediátrico, isso é uma das prioridades da Secretaria de Estado de Saúde e o que nos foi repassado é que a secretaria está tentando construir alternativas para isso”, pontuou o diretor.
Conforme Só Notícias já informou, em menos de cinco dias, duas crianças morreram na UPA enquanto aguardavam vaga na UTI do regional ou serem reguladas pelo Estado para outras unidades.
A primeira morte correu na terça-feira, de uma menina indígena, recém-nascida, com menos de um mês de idade, que estava com suspeita de meningite. Na data secretaria municipal de Saúde informou que a criança tinha liminar há mais de 10 dias para transferência que não ocorreu.
Já na sexta-feira, Isis Emanuelly Cardoso, de 1 ano e dois meses, deu entrada na UPA com quadro de febre e tosse, suspeita de pneumonia. O quadro da menor evoluiu e ela precisou ser entubada. Foi feita a regulação para o hospital regional, a Defensoria Pública entrou com pedido de liminar que foi concedido. Por volta das 2h foi feita a notificação do hospital, mas até sábado de manhã a criança ainda não havia conseguido a vaga na UTI do regional e acabou falecendo.
A prefeita informou, por meio da assessoria, que desde que assumiu gestão tem buscado entendimento com o Estado para melhorar os atendimentos de alta complexidade no hospital regional, e que no dia 13 de abril esteve na UPA verificando a superlotação da unidade, que tem mantido uma média de 40 a 50 pacientes internados e, um dia antes, já havia notificado o Estado sobre a situação.
O município pontuou ainda que em 2018 investiu em saúde duas vezes mais que o exigido em lei. Foram R$ 110,1 milhões. Deste total, quase R$ 86 milhões foram em recursos próprios, ou seja, 33,59%. A Lei obriga o município a investir 15%. Na assistência hospitalar e ambulatorial foram aplicados R$ 50 milhões e na atenção básica nas Unidades Básicas de Saúde outros R$ 37,6 milhões.
(Atualizada às 15h21)