A oposição na Câmara de Vereadores ainda aguarda posicionamento oficial do prefeito Juarez Costa (PMDB), à respeito da depoimento dado pelo principal operador dos empréstimos ilegais descobertos na operação Ararath (da Polícia Federal) Júnior Mendonça, revelado no primeiro semestre. Ele afirmou, em depoimento de delação premiada para a PF, ter "emprestado R$ 500 mil" para que fosse comprada sentença no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e Juarez não ser cassado por corrupção eleitoral, no primeiro mandato (2009). À época o próprio chefe do Executivo chegou declarar que iria ao Legislativo prestar explicações.
O Fernando Assunção (PSDB) afirmou ao Só Notícias considera que passou da hora do prefeito prestar esclarecimentos da grave denúncia e da investigação da Polícia Federal. Após as denúncias, em junho, vereadores aliados de Juarez disseram que ele iria se explicar so parlamentares. “É uma denúncia muito grave e na verdade, ficou um vazio, um silêncio. A câmara é a casa do povo e acho que ele merece explicações”, declarou, ao reforçar também que materiais relativos à denúncia foram encaminhados ao Ministério Público Eleitoral.
O posicionamento também é partilhado pelo legislador Wollgran Araújo de Lima (DEM), destacou a manutenção da cobrança e que deve abordar o assunto antes do calendário legislativo encerrar este ano. “Temos mais 3 sessões e até agora nada, não houve nenhum posicionamento, nem comunicado”, afirmou.
O empresário Mendonça, que operava empréstimos fraudulentos (juntamente com Eder Moraes) e eram pagos com recursos públicos, disse para a Polícia Federal, em depoimento, que foi procurado, em 2009, pelo membro do TRE, Eduardo Jacob, "orientado pelo governador Silval Barbosa" para levantar a quantia emprestada de R$ 500 mil para pagamento de propina para Evandro Stabile" com objetivo de "resolver o problema da cassação de Juarez".
Consta no inquérito que Stabile recebeu ação cautelar onde Juarez recorria da cassação, em 30 de junho de 2009, às 17:52hs e às 17:58hs foi encaminhada decisão (liminar) à secretaria judiciária do TRE, despachada por Stabile, para que o prefeito sinopense continuasse no cargo. Junior Mendonça também apontou, em depoimento, que Juarez "estava com medo de trazer elevada quantia de Sinop", tendo feito o empréstimo a Eduardo Jacob e recebido cheque como garantia. "O empréstimo teria sido pago também em espécie, por este, tendo resgatado título de crédito como garantia".
Outro lado
Sócio do escritório que defende o prefeito, o advogado Rafael Baldasso explicou ao Só Notícias que até o momento, o gestor não notificado em relação à qualquer processo decorrente da operação. “Recebemos a notícia sobre a citação do nome do Juarez pela imrensa”, afirmou. O advogado lembrou que suposta compra de sentença também chegou ser alvo de outra operação da PF, a Asafe, em 2010. “Mas como não se levantou nada, nada ficou comprado e isso foi descartado”. Ao falar com a imprensa pela primeira vez, em julho, após a denúncia, Juarez alegou que não conhece Júnior Mendonça e nunca teve contato com ele.
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