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Sinop: juiz que perdeu cargo critica tribunal por não aceitar provas e aponta armação

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O juiz Paulo Martini que foi punido, ontem, pelo Tribunal de Justiça com a perda do cargo, disse, há pouco, ao Só Notícias, que está sendo vítima de uma armação e que teve sua defesa cerceada. "A pessoa que me acusou no passado, o advogado Celso Souza Lins, quando ele viu que o tribunal iria me julgar, depois de 12 anos, impetrou petição dizendo que era mentira o que havia dito. E o tribunal não aceita esse documento que comprova minha inocência. Minha defesa está sendo cerceada. O advogado falou que foi induzido e que participou de um conchavo para me prejudicar. Depois, ele caiu na realidade e está falando a verdade, que isso (acusação) é mentira", defende-se Martini.

O magistrado foi acusado de pedir um trator e R$ 7 mil para expedir sentença favorável. A denúncia foi feita em 2004. "Primeiro não cometi crime algum. E se fosse aplicar pena deveria ser a pena normal e não acima do limite legal. Não tenho antecedentes criminais e me deram pena acima do limite legal. E já tem voto reconhecendo a possibilidade da prescrição", apontou Paulo Martini. Além da perda do cargo, a maioria dos desembargadores votou para condená-lo a dois anos, sete meses de prisão, pena substituída por duas restritivas de direito, como prestação de serviços à comunidade, 100 dias-multa, cada dia-multa no valor de R$ 26 mil. A decisão também prevê que ele não terá direito a aposentadoria compulsória.

"Tem desembargador que não gosta de mim por causa de um juiz de Sinop, de um caso que encaminhei ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça). É uma retaliação, uma perseguição. Venho sofrendo há algum tempo com esse processo, que é o mais antigo, para me punir. É um absurdo o que estão fazendo. Eles aplicam a inquisição. Vou recorrer para provar minha inocência e derrubar essa barbaridade jurídica", acrescentou.

Martini confirmou que foi notificado, ainda ontem e está afastado das suas atividades no judiciário de Sinop, onde atuava há mais de 12 anos. "A briga começou agora. Vou a Brasília e duvido que o STJ vá manter essa decisão porque lá o direito prevalece. É a mesma coisa que acontece na corte americana. O cara fica 20 anos no corredor da morte. Aparece uma prova e é solto. Aqui não se aceita uma prova. Não aceitaram recurso para apreciar essa prova", afirmou, indignado.

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