A Diocese Sagrado Coração de Jesus (que abrange 33 municípios, de Sorriso a Guarantã do Norte e Nova Bandeirantes) lança, esta noite, em Sinop, a campanha da fraternidade 2012, com o terma – “fraternidade e saúde pública. Que a saúde se difunda sobre a terra (livro Ecleciástico 38-8)”. Será celebrada missa, na Catedral, às 19:30h, com abertura da quaresma e imposição das cinzas.
O bispo Dom Gentil Delazari explicou, ao Só Notícias, que a igreja cobra, da administração pública, mais cuidados para com a saúde do povo porque a igreja sempre defendeu e defende a vida. “Estamos cobrando os órgãos do governo que realmente sejam fiéis dentro de seus orçamentos e, aquilo que for arrecadado, seja revertido para saúde pública. Cobramos mais atendimentos nos hospitais para pessoas carentes e mais distribuição de medicamentos”, disse.
“Tentamos consicentizar as pessoas a também cobrarem. A saúde não é direcionada apenas para curar o corpo. Mas deve ter, por parte da população também, cuidado especial com a prevenção. 53% das pessoas são vítimas de má alimentação. Também há os que ingerem bebidas alcólicas em excesso, que acabam causando problemas de saúde”, expôs.
O bispo também lamentou que o Hospital Municipal Sinop, cuja estrutura física foi concluída no final de 2008, ainda não está em funcionamento. “Essa atitude de morosidade é pecaminosa, injusta. Sabemos que existe todas tramitações. Mas, nós, enquanto população, somos pacatos e não cobramos solução dos governos. Todos nós deveríamos cobrar mais”, criticou o bispo. “Não sabemos, de fato, a quem nos dirigir. Se são as autoridades locais, estaduais ou federais. O fato é que a carência é grande e o hospital não está funcionando. Penso eu que, na saúde pública da região e do nosso Estado, falta mais seriedade com tratamento do povo. Quando a pessoa está doente, não pode ser adiado tratamento”, cobrou.
Desde 2010, o governo federal tem prometido liberar recursos para compra dos equipamentos e o hospital iniciar atendimentos. Recentemente, foi autorizada liberação de R$ 8 milhões com previsão que a compra e instalação seja concluída até final de julho.
O bispo também lamentou a situação do Hospital Regional de Sorriso, que atende pacientes de 15 cidades da região em sistema de consórcio. Os 23 médicos contratados, que não receberam salários de novembro, dezembro e janeiro, além do 13º e produtividade, decidiram pedir demissão, na semana passada. Com isto, o hospital deve funcionar com cerca de 50% dos profissionais.