A Comissão de Educação da Câmara formaliza, nesta 3ª feira, o convite ao prefeito Juarez Costa (PMDB) para que deponha a respeito das denúncias de superfaturamento no transporte escolar feitas pelo ex-funcionário da Secretaria de Educação, Sindvaldo Domingos Lopes. O presidente da Comissão, Hevaldo Costa (PSB), explicou ao Só Notícias, que a intenção inicial é que os esclarecimentos sejam prestados já nesta quinta-feira (16). “O prefeito está sendo convidado não convocado, então, isso deve acontecer de acordo com a agenda dele. Se não der quinta, há 10 dias úteis para que reorganize a agenda”.
Hedvaldo explicou que o convite a Juarez foi aprovado a partir do depoimento da ex-vereadora Leozenir Severo, hoje. Hedvaldo disse que ela declarou ter sido procurada por Sindivaldo em seu gabinete, dizendo que queria uma reunião com o prefeito para expor as denúncias. O encontro foi articulado junto com o vereador Carlão, mas sem que ambos legisladores acompanhassem. “Posteriormente, ela disse que encontrou Sindivaldo e perguntou se ele levaria as denúncias a diante, mas ele teria dito que não, porque já estava ‘acertado’ com o prefeito”, declarou. A afirmação teria sido feita novamente, segundo Leozenir, na presença de Carlão, em outra oportunidade. “Teria dito: não vou mexer com isso, me ‘acertei’ com o prefeito”.
Segundo Hedvaldo, também prestou esclarecientos hoje o vice-presidente da igreja evangélica Assembleia de Deus, Thiago Della Rosa, a respeito da suposta utilização de ônibus visando a inauguração de um tempo. O parlamentar afirmou que o depoente declarou que à época, foi feito o convite ao prefeito Juarez para participar da solenidade e também foi pedida a cessão de ônibus, mas que foi negada, sob alegação de ser ilegal. Declarou que na oportunidade também o então secretário de Educação, Tadeu Azevedo, foi convidado a dar explicações sobre os motivos da cessão não pode ser feita. “Aí eles procuraram a empresa que tem a concessão do transporte, e fizeram uma parceria. Ela cedeu os ônibus e eles arcaram com os custos, uma parceria que tem até hoje. Ele também apresentou o recibo, com data da época, no valor de R$ 4 mil, com gastos das despesas dos motoristas”.
Hedvaldo declarou que todos os depoimentos são gravados para serem apresentados ao Ministério Público. “Porque a comissão não é parcial, estamos fazendo um trabalho totalmente imparcial. Se novos nomes surgirem no decorrer das investigações, vamos convocar para prestar esclarecimentos”, declarou, o ressaltar que grande parte dos demais parlamentares acompanham os trabalhos.
Segundo o ex-funcionário, duas planilhas eram assinadas, uma com a quilometragem real, e a outra, que faturava a mais a quantidade de quilômetros rodados, já que o pagamento é feito a partir da distância percorrida. De acordo com ele, o valor a mais chegaria a R$ 70 mil por mês.