O ex-ministro da Agricultura Alysson Paulinelli foi o segundo palestrante do 1º Fórum de Sustentabilidade da Amazônia Mato-grossense, ontem à noite, em Sinop, e apresentou a preocupação que o Brasil tem em ser um país onde o sistema produtivo está em estabilidade com o uso dos recursos naturais sem degradá-los. “É um país diferente e o primeiro a construir uma tecnologia tropical e a criar uma agricultura tropical, que não existia no mundo e através dela mostra que criou uma agricultura sustentável”, expôs, em entrevista ao Só Notícias, acrescentando que detém de uma tecnologia que garante a sustentabilidade dos biomas e está mostrando ao mundo que é possível produzir alimentos, energia renovável, que falta no mundo, sem degradar o meio ambiente. “O Brasil tem tecnologia para isso, se preocupa e quer debater e discutir com quem quiser trazer sua sugestão e opinião”, comentou.
Ele também mencionou que o fórum é um “esforço do setor produtivo e da sociedade civil, que mobilizou todo o processo para se ter uma reunião desse nível em Sinop, que é uma das maiores fronteiras agrícolas que existe no Brasil e uma das principais para reduzir a fome no mundo. Quero mostrar que o Brasil tem não só uma capacidade tecnológica que foi desenvolvida nesses últimos 30 anos para fazer produção com sustentabilidade, mas que é o único país do mundo que conseguiu pegar o bioma mais degradado e transformá-lo em uma área altamente produtiva, melhorou suas condições biológicas e o cerrado se tornou na área mais produtiva e competitiva do mundo”, afirmou.
Pesquisadores, técnicos, agrônomos, dirigentes de entidades, lideranças empresariais e políticas estão debatendo propostas para Sinop continuar crescendo com sustentabilidade e preservação ambiental. A carta de Sinop, que será enviada ao Rio + 20 também vai detalhar a importância do setor madeireiro na economia local e estadual, além de buscar corrigir a imagem distorcida que o setor é destruidor de florestas. Na prática, é justamente ao contrário: só extrai das florestas as árvores “maduras” próprias para serem transformadas em madeira industrializada e selecionadas através de planos de manejo.
O fórum reúne cerca de 1,5 mil pessoas e prossegue, no Centro de Eventos Dante de Oliveira, até amanhã.
Esta manhã estão programadas três mesas redondas. A primeira aborda “Sustentabilidade ambiental”. Eduardo Assad, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), e Ricardo Arioli Silva, vice-presidente Oeste da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja) debatem o assunto.
O segundo, às 13h30, será sobre “Sustentabilidade econômica”. Sérgio Margulis, doutor em Economia Ambiental pela Universidade de Londres, e Seneri Paludo, diretor executivo da Federação da Agricultura e Pecuária (Famato) debaterão o tema. E o terceiro, às 16h15, será focado na “Sustentabilidade social”. Jorge Abrahão, diretor de Estudos e Políticas Sociais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e Aumeri Bampi, vice-prefeito de Sinop e doutor em Filosofia e Ciências da Educação, falarão sobre o tema. Todas as mesas redondas terão espaços para debates.
Amanhã, às 8h30, o presidente do Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte do Estado de Mato Grosso (Sindusmad), José Eduardo Pinto, dará inicio ao ciclo de palestras do dia com o tema “O papel da sustentabilidade na competitividade do setor privado”. Às 9h, o executivo do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira de Mato Grosso (Cipem), Álvaro Leite, falará sobre “Como conciliar a sustentabilidade com a produtividade?”.
Às 09h30, o representante da Federação Nacional dos Prefeitos, Associação Nacional de Órgãos Municipais de Meio Ambiente (Anamma) e Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), Valtemir Goldmeier, palestrará sobre “O Desenvolvimento e a Sustentabilidade Municipal”.
Das 10h30 até às 12h, haverá a discussão sobre o formato e a continuidade do Fórum Permanente de Sustentabilidade da Amazônia Mato-grossense e também a elaboração da “Carta de Sinop” (carta de intenções das autoridades locais para a avaliação constante dos indicadores de sustentabilidade)
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