Terminou ontem o prazo concedido pelo presidente do diretório do PSD de Sinop, Roberto Dorner, para que os filiados do partido entregassem todos os cargos ocupados na Prefeitura de Sinop. No entanto, em entrevista ao Só Notícias, o líder da agremiação pessedista afirmou que praticamente nada mudou, mesmo com a decisão da direção. A justificativa para esta atitude, segundo ele, é de que os cargos nunca foram realmente indicados pelo partido e sim por alguns poucos membros que estão filiados ao partido.
Em relação a possibilidade de expulsão destes filiados do PSD por contrariar uma determinação da direção, Dorner descartou esta atitude. “Não vamos expulsar ninguém. Quem quiser ficar, que fique”, resumiu. O posicionamento atual do presidente contraria justamente a carta entregue ao prefeito Juarez Costa (PMDB), no dia 16 deste mês.
No documento, havia uma leve ameaça aos correligionários rebeldes. “O não cumprimento da exoneração dos cargos que o PSD ocupa na administração incorrerá em infidelidade partidária de seus filiados que continuarem na base aliada do prefeito, conforme prevê a legislação eleitoral e o estatuto do partido, tendo como prazo limite a data de 31 de maio”.
A justificativa oficial para a entrega dos cargos foi a declaração da pré-candidatura à prefeitura do próprio Dorner. “Estamos nos retirando da gestão de Juarez Costa, por que o PSD decidiu pela candidatura própria em Sinop. Nossa saída é por questão ética, para deixar o prefeito a vontade”, destaca Dorner em um trecho do documento.
O PSD ocupa atualmente a Secretaria de Industria e Comércio, a chefia do Procon, além de outros quase cem cargos comissionados nos demais escalões da administração municipal.
Em entrevista ao Só Notícias, Juarez Costa afirmou que ninguém entregou os cargos e que não iria exonerar devido a decisão do presidente do PSD. “Quem mandou entregar o cargo não foi quem apontou. Os que estão lá foram colocados por mim e estão correspondendo à altura. São pessoas técnicas”, disse o prefeito, em entrevista ao Só Notícias. “Vou dar um exemplo: o Procon quando entrei tinha três funcionários. Hoje, tem 17. Ele hoje é um exemplo para o Mato Grosso, pela competência da Ivete [Mallmann, diretora da autarquia] que é do PSD. Então para mim, não há acordo-partido, há a competência da pessoa. Por isso permanece, a não ser que queira sair”, acrescentou.