A Comissão Parlamentar de Inquérito se reuniu, ontem à tarde, para analisar os laudos das avaliações que foram feitas nos imóveis locados pela prefeitura. A reunião foi a portas fechadas e os relatórios, que servirão para comparar se os valores pagos pelo Executivo estão dentro da realidade de mercado, não foram divulgados ainda. Os vereadores membros da comissão começaram a analisar os laudos. Uma fonte informou que, inicialmente, cópias dos laudos não teriam sido disponibilizadas a vereadores que estão acompanhando, paralelamente, o trabalho da comissão cuja maioria dos integrantes é da base aliada da prefeitura. A expectativa é que os laudos sejam divulgados na próxima semana.
Três empresas foram contratadas para inspecionar os imóveis, fazer levantamento de preços de locação, comparações com imóveis semelhantes e emitir laudos técnicos nos 59 contratos de aluguéis que a prefeitura firmou para abrigar órgãos públicos municipais. Seis contratos foram definidos, pelos vereadores da CPI, como prioritários.
O caso que teve maior repercussão foi de um imóvel, na rua João Pedro de Carvalho, por R$ 22 mil mensais, para abrigar a Farmácia Regional 4, o posto de coleta do Laboratório Municipal e o Programa de Saúde da Família do bairro menino. A prefeitura pagou, de acordo com a denúncia também enviada ao Ministério Público, 7 meses de locação mas o imóvel ficou fechado, sem ser usado. Depois que o caso tornou-se público e a CPI foi criada, a proprietária do imóvel foi convocada para prestar esclarecimentos. Na ocasião, ela garantiu que o valor correspondente ao período não usado seria compensado (promessa que foi cumprida posteriormente). A justificativa para o imóvel ficar fechado, com aluguel pago, era que o governo do Estado, na gestão e Silval, atrasou o cronograma de instalação da farmácia e posto de coleta.
Já depuseram na comissão o secretário de Saúde, Manoelito Rodrigues e o ex- Francisco Specian Junior. Vereadores de oposição continuam acompanhando o trabalho da comissão que tem o relator, Ademir Bortoli, e o presidente, Fernando Brandão, como aliados políticos do prefeito Juarez Costa.
No total, transcorreram mais 120 dias desde que a comissão foi instaurada para apurar se haveria irregularidades na locação de imóveis que a prefeitura de Sinop fez, nos últimos anos, para abrigar órgãos públicos municipais. A CPI tem pouco menos de 60 dias para apresentar o relatório circunstanciado à mesa diretora.