Os produtores rurais da Cooperativa Agrícola Selene, de Sinop, têm somente mais um ano para usufruir do tanque fornecido pela Prefeitura para o transporte do leite utilizado para produção do lacticínio. É que o tanque, que tem nove mil litros de capacidade de armazenamento, é fornecido à Cooperativa em sistema de comodato com a Administração Municipal e o contrato tem data para vencer, 31 de dezembro de 2012.
De acordo com o presidente da Cooperativa, Pedro Sérgio Nogueira, somente com esse tanque se torna viável a produção diária da empresa, que processa a média de oito mil litros de leite todos os dias para a produção de queijos e bebidas.
"Esse comodato foi uma forma que a Prefeitura encontrou para nos ajudar, ajudar os produtores da Selene. Mas como o contrato vai vencer e a gestão pode mudar por causa da política, não sabemos como será no ano que vem. A partir do dia 1º de janeiro não poderemos mais usar o tanque", afirma.
Uma solução para o problema é a doação do tanque em definitivo para a empresa. Nogueira explica que só desta maneira será possível a comunidade continuar produzido, pois os cooperados não têm condições de arcar com a compra de um tanque como esse, o qual custa em torno de R$ 40 mil.
"Estamos todos preocupados com essa questão, pois muitas famílias dependem dessa produção diária do laticínio, que só é possível com o transporte do leite nesse tanque, que mantém a matéria prima refrigerada", salienta, lembrando que a empresa tem cerca de 80 cooperados, 48 diretos e 32 indiretos. "Temos algumas associações cooperadas e essas associações têm associados, são da Gleba [Mercedes V]", esclarece.
Para tentar viabilizar a doação definitiva do tanque, a Cooperativa pediu ajuda dos vereadores de Sinop, que fizeram indicação sugerindo a medida ao Poder Executivo. "A cooperativa já é tradicional em Sinop e tem uma participação muito importante na economia local, sem contar que difunde pela região o bom nome dos produtores de Sinop para a região", explica a 1ª secretária da Câmara, vereadora Leozenir Severo, referindo-se ao fato de a cooperativa vender sua produção para outras duas cidades da região, Vera e Colíder.
"Muitas famílias têm na cooperativa a fonte de renda necessária para sobreviverem. E essa cooperativa também fomenta nossa economia e a agricultura familiar", completa o vereador Jonas Henrique de Lima, que também fez a indicação em parceria com a 1ª secretária.
Conforme o presidente da Cooperativa, hoje o faturamento mensal da empresa é de R$ 240 mil. Produzindo já cinco anos, ela fornece merenda escolar para escolas da região, além dos produtos para o varejo, sendo o queijo mussarela, o queijo frescal, o leite pasteurizado e a bebida láctea nos sabores morango, coco e chocolate.