A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos remédios vencidos ouviu, hoje, a controladora interna de economia, Luciana Cristina Nicaretto Zanette. Em pouco mais de uma hora, a servidora disse que foi designada para o almoxarifado em fevereiro deste ano e nos meses de julho e parte de agosto esteve em outros setores da prefeitura. Ao ser questionada sobre a existência dos lotes vencidos, ela admitiu à CPI que tinha conhecimento da situação, mas não tomou nenhuma providência porque a comissão já havia sido criada.
“Quando vi aqueles medicamentos vencidos minha maior preocupação era descartá-los, pois remédios vencidos não podem ficar junto com outros medicamentos. Como não sabia o que fazer liguei para a Anvisa, do Distrito Federal, para saber o que fazer e me orientaram a procurar a vigilância sanitária do município. Fui orientada a não mexer, porque a CPI iria investigar o caso. Quando retornei em agosto para o almoxarifado já tinha sido criada a CPI e não fiz nada por acreditar que a comissão iria fazer alguma coisa e não tinha mais o que fazer”.
Luciana disse ainda que esta não é a primeira vez que grandes quantidades de remédios vencem na secretaria. Segundo ela, em 2009, um grande lote de medicamentos também deixou de ser usado por não ter mais validade. “Lembro que na época foi feito um relatório, foi solicitada uma sindicância, pois uma grande quantidade de remédios venceu em 2009. Não me recordo o desfecho, mas já houve sim”.
Ao ser questionada sobre os motivos pelos quais os medicamentos venceram, já que era a controladora do almoxarifado, Luciana explicou que no Plano de Avaliação Interna (PAI), que determina as ações a serem feitas no ano, a função que exerceria era a de cuidar da entrada e saída de produtos. “No plano que temos que fazer, o foco era controlar a entrada, saída, recebimento, ver se os medicamentos que chegavam estavam dentro do prazo de validade de 18 meses, notificar as empresas caso houvesse algum problema, e não a verificação de prazo de validade em estoque”.
Como foi lotada no setor para elaborar um plano de controle interno, Luciana disse que está sendo feito um trabalho baseado no consumo dos medicamentos e as compras são feitas num período de dois a três meses. “Estamos fazendo uma média de consumo em cima daquilo que sai. Essa média serve para balizar as compras de medicamentos e evitar se façam compras desnecessárias e remédios percam a validade”.
Na próxima terça-feira (4), a comissão deve ouvir o agente de saúde, José Marcos da Silva Santos, citado por Luciana durante a oitiva de hoje. “Como ele foi citado por ela, e está trabalhando ali diretamente com os estoques, é fundamental que também ouçamos ele para que tenhamos mais informações”, destacou o presidente da comissão, Carlão Coca Cola. A oitiva será marcada para às 14h, no plenário.
A CPI terá o prazo de 60 dias para concluir os trabalhos, tempo que poderá ser prorrogado por mais 30 dias, caso haja necessidade. O vereador Fernando Assunção foi designado para ser relator da comissão.