Cinco vereadores estiveram, na sexta-feira, na secretaria municipal de Saúde para averiguar suposta existência de medicamentos vencidos. Em nota, a câmara municipal informa que “os vereadores estiveram na sede da secretaria e constataram a veracidade da denúncia. Após ouvir servidores no local, foi constado que, de fato, havia alguns vencidos e outros prestes a vencer, remédios utilizados para tratamento contra tabagismo e contraceptivos. Foi relatado pelos servidores que, devido a pandemia, os medicamentos não foram distribuídos, pois os programas que atendem a distribuição não foram realizados por medida de segurança, e seguindo a determinação da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre os cuidados para evitar a transmissão e contaminação do Coronavírus. Segundo os servidores da Secretaria os medicamentos devem ser incinerados, conforme determinação do ministério da Saúde”.
O secretário adjunto de Saúde, Sadi de Oliveira, negou, em entrevista ao Só Notícias, as acusações e afirmou que não havia medicamento vencido. “Não procede. Temos a provas que não procede. Não acharam nada”. “Eles mexeram nas caixas sem autorização, mas não tem nada vencido”, rebateu.
“Não (levaram caixas) só mexeram e abriram. Chegaram com autoridade, servidor saiu chorando, um foi para o médico, fez boletim (ocorrência)”, descreveu. “Isso não tem nada a ver com a gestão porque não acharam nada vencido. A servidora defendeu os funcionários e aí ela fez o boletim de ocorrência porque um estava chorando e outro foi para casa”, acrescentou.
Uma servidora municipal procurou a delegacia municipal de Polícia Civil, na sexta-feira à tarde, e registrou ocorrência acusando alguns vereadores “abuso de autoridade”, alegando que “adentraram a secretaria de Saúde de maneira extremamente agressiva, causando constrangimento e pânico entre os funcionários”.
Conforme detalhado no boletim de ocorrência pela servidora, eles entraram alegando que o vereador Mário Sugizaki teria recebido denúncia que haveria medicamentos de tabagismo e anticoncepcional vencidos. A servidora alega, no boletim de ocorrência, que foi informado aos vereadores que os medicamentos como anticoncepcionais seriam distribuídos apenas em farmácia populares” e que o vereador Celio Garcia foi “abrindo armários, gavetas e caixas “para amedrontar e coagir as pessoas presentes”.
Outro lado
Procurado por Só Notícias, o vereador Mário Sugizaki, que recebeu a denúncia, ressaltou que o intuito foi fazer uma fiscalização e que não ocorreu agressividade e abuso de autoridade. “Não fizemos nada além do que a gente sempre faz. Vamos, conversamos e vemos a situação. Não houve invasão nem falar que foi truculento, violento e foi coação, de forma nenhuma. Foi uma verificação e algumas caixas de medicamentos estava lá na secretaria e a moça que estava sentada disse que sabia que era aquelas ali. Era uma caixa de medicamentos de tabagismo. Fizemos alguns questionamentos se isso foi adquirido pelo município e disseram que podem ter sido recebidos pelo ministério da Saúde e não foram comprados pelo município. Depois confirmaram que foi isso. Tinha caixas vencidas e para vencer agora. Depois fomos verificar lá no almoxarifado que também tinha outros medicamentos. Nada demais. Não houve nenhum tipo de ação que foi de abuso de autoridade, de forma nenhuma. Tem no artigo 2 que os vereadores tem autonomia, mas também não chegamos entrando”.
O vereador Elbio Volkweis declarou que houve apenas uma fiscalização pelos parlamentares. “Fiscalizar uma denúncia que temos, onde temos autonomia. Direito e dever de fiscalizar e somente isso e fomos fazer e mais nada”, declarou.
O vereador Célio Garcia não atendeu as ligações sábado (21) nem hoje para se pronunciar sobre o assunto.