O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Administração (SAD), deverá, a partir da próxima semana, negociar em separado a questão salarial com cada categoria. A decisão foi tomada durante uma reunião com o Fórum Sindical, na qual os sindicalistas não aceitaram a contraproposta apresentada pelo governo na última sexta-feira, e se mostraram irredutíveis.
“Não queremos trabalhar com a proposta do governo, queremos trabalhar em cima da proposta dos sindicatos. Essa proposta não serve para nós. Estamos preocupados com 2008 e não com 2009 e 2010. Se o governo quer que o fórum participe da negociação, vai ter que abrir esses números. Queremos discutir a nossa proposta, não dá para trabalhar números técnicos sem abranger a questão política”, afirmou o presidente do Fórum Sindical e do Sindicato dos Servidores Públicos Estaduais da Carreira dos Profissionais do Desenvolvimento Econômico e Social do Estado de Mato Grosso (SINDES), Adolfo Grassi de Oliveira.
O secretário de Administração, Geraldo de Vitto Jr, voltou a afirmar para o fórum que a proposta colocada pelos sindicalistas de 39,8% é impossível de ser cumprida pelo governo. “De forma alguma o Governo está desprezando ou menosprezando as categorias. Se fosse assim, não estaríamos nos reunindo da forma como estamos. Em uma negociação os dois lados precisam ceder e isso não está acontecendo, por este motivo preferimos voltar a negociar separadamente com cada categoria, até para não fecharmos as portas das negociações salariais com as classes”.
A rodada de negociações entre o Governo do Estado e os sindicalistas, para a composição de uma política única de reajuste salarial, teve início do dia 11 de abril, quando o Estado apresentou uma proposta de 20%, sendo 13,8% relativos aos índices inflacionários, dando um ganho salarial real ao servidor público de 6,2%, a ser incorporado no triênio (2008, 2009 e 2010).
A proposta foi recusada pelo Fórum Sindical, que no dia 16 de abril apresentou uma contraproposta de 39,8%, onde, segundo o Fórum, estariam contempladas a perdas salariais de anos anteriores, que correspondem a 17,91% além de resíduos. Como a contraproposta não foi aceita pelo Governo, foi definido em reunião no dia 17 de abril que o Executivo apresentaria uma nova proposta no dia 18 de abril, o que foi feito.
A nova proposta apresentada é de 24,15%, no triênio (2008, 2009 e 2010) sendo o ganho real mais os índices inflacionários de 13,8%. Dentro da proposta, o governo apresentou duas formas de realizar o reajuste: em uma seria 6,15% no primeiro ano, 9% em 2009 e 9% em 2010, já com os índices inflacionários projetados de 13,8% acumulados dos três anos, onde o ganho real do servidor poderia chegar a 10,35%. Na outra forma chegaria a 7% de ganho real do servidor, sendo 6,15% no 1º ano, 3% mais inflação no segundo ano e 3% mais inflação no último ano. Essa última proposta também foi recusada pelo Fórum Sindical.