Os sindicatos e associações ligadas ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) decidiram se mobilizar contra a possível posse do ex-deputado estadual Gilmar Fabris (PSD) no órgão. Inconformados com a indicação do suplente de deputado para cargo de conselheiro, o sindicato, junto com associações que representam mais de 700 funcionários da instituição não aceitam o fato de pesar contra Fabris acusações graves que o colocaram como um dos investigados na Operação Ararath e em processo por desvio de R$ 500 milhões na Operação 'Cartas Marcadas'.
Os dirigentes das classes ligadas aos funcionários do TCE planejaram um 'abraço' contra a indicação de Fabris. Dirigentes da Associação dos Técnicos do Controle Público e Externo do TCE-MT (Astecompe), Associação dos Auditores Públicos Externos do TCE (Audipe), Sindicato dos Trabalhadores do TCE-MT (Sinttcontas) e Associação dos Aposentados do TCE-MT (AAPTCE) farão uma assembleia com os servidores do órgão, na segunda-feira (24), no auditório Liu Arruda, para discutir a realização de um grande protesto 'pela ficha limpa no TCE em defesa da sociedade'.
A categoria emitiu uma nota à imprensa esclarecendo o posicionamento e conclamando deputados, governador e o presidente do TCE, a observar e respeitar todas as exigências constitucionais para a escolha do novo conselheiro, considerando ser indispensável um processo público e transparente, comprovação documental que demonstra notório conhecimento do candidato em matéria jurídica, contábil e financeira ou de administração e ainda a exigência de que não exista qualquer fato que comprometa a idoneidade moral.
Para deflagrar o movimento que deve atrair centenas de servidores às ruas do Centro Político e Administrativo, as associações e sindicatos, unidos pela causa, contam com o respaldo da Federação Nacional dos Tribunais de Contas (Fenacontas), Associação Nacional dos Auditores dos Tribunais de Contas (ANTC), Associação Nacional dos Auditores, Ministros e Conselheiros Substitutos dos Tribunais de Contas (Audicon) e Associação Nacional dos Procuradores do Ministério Público de Contas (Ampcom), além de vários sindicatos de servidores dos TCEs da Federação.
Ao comentar a importância do movimento em sua tentativa de impedir a nomeação de Gilmar Fabris, os presidentes da Astecompe e Audipe, Domingos Silva Lima e Vander da Silveira Melo, afirmaram que 'hoje essa causa se tornou mais importante para os representantes da classe do que a bandeira maior que é a luta pelo Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCCS)'.
Segundo os dirigentes, toda a categoria está preocupada. "Não podemos nos calar. Preparamos uma nota para distribuir à imprensa dando ciência à sociedade. Não estamos na defesa de nenhum nome para o cargo de conselheiro, apenas queremos o cumprimento dos requisitos constitucionais dentre eles, idoneidade moral e reputação ilibada que em outras palavras significa ficha limpa".
"Estamos unidos por uma manifesto muito importante e vestiremos essa camisa. Vamos levantar a bandeira da ficha limpa no TCE", observaram Domingos Lima e Vander da Silveira, ressaltando que "hoje a sociedade percebe o prestígio e o respeito que o TCE conquistou ao longo destes anos. Não há no órgão ninguém favorável a essa indicação". Eles ainda justificam que "não se trata de uma questão pessoal, mas uma luta para que os requisitos constitucionais sejam preenchidos com moralidade. Assim, considerando que o nome indicado está sob suspeita com várias acusações, com que moral ele vai julgar as contas do Estado?"