O PMDB de Mato Grosso vive um dilema, o seu futuro político e a imensa expectativa de permanecer por mais um mandato a frente do Governo de Mato Grosso, por isso vai na reunião agendada para amanhã, dar carta branca para seu maior líder político, o governador Silval Barbosa, decidir sua participação no próximo pleito, seja como protagonista, seja como articulador.
Por já ter sido reeleito em 2010, Silval não pode concorrer a um novo mandato de governador e para disputar as eleições do próximo ano precisa deixar o mandato nove meses antes de concluí-lo, em 30 de março, deixando-o no momento Copa do Mundo e de grandes inaugurações que resgatariam o partido e a gestão de atropelos e falhas ocorridas durante os últimos anos.
Um dos principais articuladores político do governo e do PMDB, o secretário de Administração, Francisco Faiad, tem a seguinte leitura sobre a eleição do ano que vem. "O governador Silval Barbosa tem ‘carta branca" do PMDB para escolher entre ser candidato ao Senado ou mesmo seguir no governo até o final do mandato". Em qualquer uma das circunstâncias, é certo que Silval fará o sucessor, mesmo diante de um quadro eleitoral ainda nebuloso e cheio de alternativas.
Segundo o secretário, o PMDB já definiu que manterá, em 2014, a aliança estratégica com o Partido dos Trabalhadores que vem dando resultados concretos no governo federal e que se mostrou eficiente na ultima eleição em Cuiabá, quando chegou forte na disputa pela prefeitura, com o candidato Lúdio Cabral.
Na avaliação de Faiad, o governo do Estado também tem alcançado bons resultados junto ao governo da presidente Dilma Rousseff, como o caso das obras que sustentarão a realização da Copa do Mundo, e também do projeto MT Integrado, que prevê a interligação por rodovias pavimentadas de todos os 141 municípios de Mato Grosso. "Todo o planejamento estratégico do governo está sendo cumprido. Logo as obras físicas, tão cobradas pela população há anos, começarão a tomar forma. Cuiabá será uma das cidades mais modernas do Brasil e Mato Grosso vai avançar muito na infraestrutura rodoviária e caminha a passos largos para ter uma das logísticas que vão ajudar a alavancar ainda mais a nossa economia, que são as ferrovias" assinalou. Segundo ele, essas serão marcas importantes do governo Silval Barbosa.
A princípio, o nome de Silval figura como eventual candidato ao Senado Federal, na vaga que atualmente é ocupada pelo senador Jayme Campos (DEM). Mas, há correntes dentro do PMDB que defendem a permanência do governador até o final do mandato, encaminhando as obras da Copa e atuando sobre os projetos estruturais do Estado. Para Faiad, qualquer que seja a decisão, o governador será o elemento catalisador de forças para 2014. Inclusive, se constituirá no referencial da campanha da presidente Dilma a reeleição.
"A eleição passa por ele. E com certeza, no ano que vem, com o que vem sendo realizado agora, Silval será o grande comandante eleitoral", previu. Faiad, no entanto, evitar falar de eventuais candidatos. "Há tempo para isso e o PMDB e o PT têm quadros relevantes para suceder Silval no governo", disse.
Na semana passada, o governador Silval Barbosa deixou claro que ainda não tem uma posição definida sobre o seu futuro político. Diz que o momento não é de tomar essa decisão, mas de governar. Silval, a rigor, segue em compasso de espera, aguardando os resultados do seu governo. Fontes do governo, no entanto, acreditam que os caminhos a serem trilhados pessoalmente pelo governador podem ser prospero.
Com efeito, a própria amizade dele com a presidente Dilma indica uma "janela" para um cargo de relevância no governo federal. Até mesmo um Ministério. "A presidente tem muita consideração com o governador" confirma Faiad, que considera natural a participação do governador na campanha da presidente da reeleição. "Eles se falam permanentemente. E temos uma relação estreita com o PT. Por isso, não vejo nenhum tipo de problema o governador capitanear os trabalhos para que a presidente tenha expressiva votação em Mato Grosso. Dai a um cargo de ministro, a discussão passa por outro nível".
Vale lembrar que Dilma insistiu por três vezes para que o ex-governador de Mato Grosso, senador Blairo Maggi, fosse ministro do atual governo.