O ex-governador Silval Barbosa (PMDB) recebeu, neste domingo, a visita da esposa, Roseli e filhos, no quarto do quartel do Corpo de Bombeiros no Verdão, onde está preso desde 5ª feira, acusado de ter sido beneficiado em esquema de cobrança de propina de empresário beneficiado com incentivos fiscais (impostos que deixaram de ser pagos). O encontro que durou menos de duas horas e ele ficou a sós com familiares. O advogado Francisco Faiad, que também conversou hoje com Silval, relatou ao Só Notícias, que Silval está "tranquilo e confiante que tudo será esclarecido". Faiad disse que o quarto é um alojamento onde ficam soldados bombeiros. Tem televisor e ventilador. O ex-governador também está lendo um livro enquanto aguarda ser analisado segundo recurso para ser solto. O primeiro foi negado pelo Tribunal de Justiça
Faiad confirmou que, nesta segunda-feira, será protocolado no Superior Tribunal de Justiça, pedido habeas corpus e será alegada "falta de fundamentação (para mantê-lo preso), que a prisão não é necessária uma vez que Silval sempre se colocou a disposição da justiça, sempre protocolou informações necessárias, e nunca foi chamado para ser ouvido sobre esse inquérito". Ainda segundo o advogado, "não há, no inquérito, nenhuma acusação contra ele. O delator não acusa Silval".
Faiad considerou que a decisão do desembargador Alberto de Souza, que manteve Silval Barbosa preso, foi influenciada pela repercussão de uma conversa telefônica grampeada pelo GAECO (Grupo de Apoio e Combate ao Crime Organizado) onde o ex-governador falava, com o desembargador Marcos Machado, sobre a liberdade de sua esposa, Roseli, que havia sido presa, mês passado, acusada de envolvimento em esquema de desvio de R$ 8 milhões da Secretaria de Trabalho e Emprego."O áudio dessa conversa, sobre outro caso, que não tem a ver nada com esse, influenciou na decisão", afirmou.
Além de Silval, estão presos o ex-secretário da Casa Civil no governo Silval – e presidente da Fecomércio- Pedro Nadaf, o ex-secretário de Fazenda Marcel Cursi, o procurador aposentado do Estado, Francisco Lima (Chico Lima). O GAECO acusa Chico de "lavar o dinheiro da propina'. Em uma das transações, feita em factoring, seriam R$ 500 mil. O empresário João Batista Rosa, do grupo Tractor Parts, que delatou o esquema, aponta que, entre 2011 e 2014, pagou R$ 2,6 milhões de propina ao grupo.
(Atualizada às 08:32h em 21/9)