O ex-governador Silval Barbosa (PMDB) será reinterrogado, amanhã, a partir das 9h, pela juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Arruda, na ação penal relativa à primeira fase da Operação Sodoma, a pedido dos advogados dele, Francisco Faiad, Valber Melo e Ulisses Rabaneda.
Nos bastidores, circula que o ex-governador pretende rebater as acusações de seu ex-secretário Pedro Nadaf, -que comandou a Casa Civil- e acusou Silval de chefiar uma organização criminosa que atuava na administração pública no período de 2011 a 2014 e de receber milhões de Reais em propinas para conceder incentivos fiscais para empresas privadas. Nadaf confessou, em depoimento à juíza, que esteve envolvido em esquemas e deu detalhes de várias negociações.
O empresário João Batista Rosa, um dos sócios do grupo Tractor Parts, em depoimento concedido há alguns meses, confessou ter pago R$ 2,5 milhões a Nadaf para ter suas empresas incluídas no Prodeic (Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial) obtendo incentivos fiscais.
Silval está preso. Nadaf ficou aproximadamente um ano na cadeia e foi solto em setembro, após delatar vários detalhes dos esquemas que ocorriam no Palácio Paiaguás. O ex-secretário de Fazenda Marcel de Cursi, acusado de ser o mentor intelectual do grupo criminoso, usando seu conhecimento de direito tributário para produzir leis fraudulentas continua preso, em Cuiabá.
Silval continua preso devido a ação que apura esquema de fraude no pagamento de uma desapropriação do terreno do bairro Jardim Liberdade I, na capital. De acordo com o Ministério Público, houve prejuízo de R$ 15,857 milhões aos cofres públicos.