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Silval envolve Lúdio e Faiad em delações

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O ex-vereador Lúdio Cabral (PT) e o ex-secretário de Estado de Administração Francisco Faiad (PMDB) tinham pleno conhecimento da origem ilícita de doações recebidas por eles quando disputaram a Prefeitura de Cuiabá, em 2012. A afirmação foi feita pelo ex-governador Silval Barbosa (PMDB) e corroborada por seu ex-chefe de gabinete, Sílvio Cézar Corrêa Araújo, que confessaram diversos atos de corrupção ocorridos no Estado até 2014 e estão agora em prisão domiciliar. Lúdio e Faiad negam as acusações.

Conforme o despacho da juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Santos Arruda, responsável por substituir o regime de prisão dos dois, Silval contou, em depoimento, que em 2012 a campanha que tinha Lúdio como candidato a prefeito e Faiad a vice, recebeu doação de combustível no valor de R$ 600 mil, recursos fruto de desvio dos cofres públicos. Silval lembrou que Faiad foi seu advogado desde a época em que era deputado estadual.

Já Sílvio, por sua vez, revelou que Faiad, na condição de secretário de Estado de Administração, em 2012, recebeu propina paga pela empresa Marmeleiro Auto Posto. Além disso, ele teria cometido fraudes no âmbito da Secretaria de Estado de Infraestrutura para quitar restos de dívida da campanha. Faiad chegou a ser preso na quinta fase da Operação Sodoma, em fevereiro deste ano, suspeito de participação nos desvios envolvendo a Marmeleiro. Ele foi delatado pelo ex-secretário Pedro Nadaf e pelo administrador de uma das empresas envolvidas no suposto esquema. Libertado sete dias depois, acabou denunciado pelo Ministério Público Estadual (MP) e hoje é reú no processo.

Dois meses depois, ao lado dos outros advogados, ele deixou a banca de Silval, depois que o político anunciou sua intenção de colaborar com as investigações. Quando deixou a prisão, Faiad negou as acusações feitas a ele pelo MP. “Dentro do processo, que eu não conheço, nunca fui ouvido, vou me defender. Todos estes fatos a mim imputados não são verdadeiros, estou tranquilo quanto a isso. Foi uma grande injustiça”, disse à época.

Já Lúdio, que foi alvo de condução coercitiva na mesma fase da investigação, destacou que todos os esclarecimentos necessários sobre o tema foram dados em depoimento à Delegacia Fazendária. “Todas as despesas com combustível realizadas na campanha à Prefeitura de Cuiabá, em 2012 foram declaradas à Justiça Eleitoral. As dívidas remanescentes foram assumidas pelo Partido dos Trabalhadores com a anuência dos credores, tendo sido posteriormente negociadas e quitadas pelo próprio partido, nos termos da lei”. 

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