O ex-governador Silval Barbosa (PMDB) e o ex-secretário de Estado de Fazenda, Éder Moraes, afirmaram que vão acionar a Rede Globo pedindo retratação referente à reportagem do Fantástico, exibida no último domingo (22), na qual os acusa de orquestrar um grande esquema de corrupção envolvendo o governo do Estado. O ex-gestor estadual nega que tenha havido qualquer cobrança ou oferecimento de propina em sua gestão para a realização da obra de implementação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Ele afirma que está tomando as providências judiciais para esclarecer as ações de sua gestão em relação ao modal.
Do mesmo modo, os advogados de Eder encaminharam nota extra-judicial à emissora exigindo retratação. O ex-secretário esclarece que todas os procedimentos relativos ao VLT, desde lançamento de edital de licitação, aquisição e compras de materiais ocorreram depois de ter deixado o comando da extinta Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa), em 18 de abril de 2012.
De acordo com ele, os editais foram lançados em 23 de abril e 29 de setembro de 2012 e um terceiro, em 6 de maio de 2013, época em que a pasta era comandada pelo ex-secretário Maurício Guimarães. “Há uma perseguição nítida contra a minha pessoa que chega ao ponto de se cometer erros infantis de sequer ter o cuidado de observar a cronologia dos fatos”, disse.
Ele ressalva que o único envolvimento que teve em relação ao VLT, foi a participação na alteração da escolha do modal, o que ocorreu mediante a realização de audiências públicas, inclusive com a participação de representantes do MP.
Ainda, Eder destaca que, por mais de uma hora gravou entrevista para a reportagem, “mas estranhamente buscaram depoimentos antigos”, que ele afirma que não correspondem com a realidade uma vez que, formalmente, já se retratou de todos em fato reconhecido judicialmente.
A reportagem do Fantástico aponta ainda que o ex-deputado estadual e ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Riva (PSD), estaria envolvido em fraudes de licitações para a contratação de empresas gráficas, além da atuação de Éder e do ex-governador. Todos seriam investigados por crimes contra o sistema financeiro, trazendo como pano de fundo a situação em que se encontram as obras da Copa.
Já a AL, por meio de nota, afirma que não pode ser responsabilizada por atos isolados de gestores do passado e que também acompanha com preocupação as denúncias de possíveis irregularidades nas obras da Copa do Mundo, especialmente na implementação do VLT, sob a qual já se debate a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as responsabilidades.