Depois de passar de certa forma tranquila pela composição do secretariado, o governador Silval Barbosa (PMDB) começou a negociação pela partilha de cargos de 2º e 3º escalões, cerca de 7,2 mil funções comissionadas. Uma reunião entre o governador e os principais líderes dos partidos que apoiam a administração estadual (PP/PMDB/PR e PT) deu a largada na análise para futura distribuição dessas vagas, que incluem presidências e diretorias de órgãos e empresas públicas.
Ainda que não fale em grandes mudanças, Silval vem tentando conciliar as reivindicações das siglas com a governabilidade. No caso do DEM, além da Secretaria de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar (Sedraf), existe a pretensão de comandar o Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat), o Instituto de Defesa Agropecuária (Indea) e a Empresa Mato-grossense de Pesquisa e Extensão Rural (Empaer), todas ligadas à pasta da Agricultura.
Num primeiro momento, o governador havia informado aos democratas que a participação em empresas e órgãos estaduais não fazia parte do acordo partidário. Embora não tenha a intenção de atender toda a demanda do DEM, Silval Barbosa deseja uma aproximação com a agremiação, que é a maior de Mato Grosso. “O governador tem que agradar a todos os partidos indistintamente, pois o descontentamento de uma agremiação pode levar outros à reagirem”, comentou um dos articulares políticos de Silval. Um dos cuidados seria com a “Frentinha”, composta pelo PRP, PRB e PMN, que esteve ao lado do governador na campanha de 2010 à reeleição.
O PR, sigla que detém a maior cota entre os secretários de Estado, resiste em abrir mão de posições como o comando do Departamento Estadual de Trânsito (Detran); do Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat) e da Agência Estadual de Regulação (Ager). Sobre a Agência, mesmo que seus diretores tenham mandatos, podem haver substituições. Em 2003, por exemplo, o ex-presidente da República, Lula da Silva, “convidou” dirigentes das agências nacionais de regulação a desistirem de completar os mandatos. Aliás, dos 3 diretores da Ager, 2 concluirão os mandatos até junho deste ano.
Mas além das questões político-partidárias, o governador enfrenta um outro problema para definir nomes aos cargos comissionados. Uma decisão judicial impede nomeações, enquanto existirem aprovados no último concurso público do Estado a serem empossados.