O ex-governador Silval Barbosa (PMDB) se apresentou, agora há pouco, à juíza da 7ª Vara Contra o Crime Organizado de Cuiabá, Selma Rosane Arruda. Ele estava com um mandado de prisão preventiva, decretado pela magistrada, e decidiu ir até o fórum da capital com seus advogados.
Um deles, Francisco Faiad, afirmou que Silval foi ouvido informalmente pela juíza antes de ser encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para fazer o exame de corpo de delito. O teor das declarações de Silval não foi revelado. Ele foi levado à Delegacia Fazendária para ser ouvido e, posteriormente, será encaminhado ao comando do Corpo de Bombeiros na capital. Esta mesma unidade abrigou sua esposa, Roseli Barbosa, presa, no mês passado, por suposto envolvimento no desvio de R$ 8 milhões da Secretaria de Estado de Assistência Social. Os advogados de Silval já ingressaram com um habeas corpus no Tribunal de Justiça, porém, o pedido ainda não foi analisado.
Silval era considerado foragido da justiça, desde a última terça-feira, quando foi deflagrada a operação Sodoma por parte da Delegacia Fazendária. Ele estaria supostamente envolvido em um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro. Nesta operação foram presos os ex-secretários de Estado de Indústria e Comércio, Pedro Nadaf, e de Fazenda, Marcel de Cursi. Eles estão no Centro de Custódia da capital.
As investigações, que levaram à operação, constataram que a antiga Secretaria de Estado da Indústria e Comércio, Minas e Energia (Sicme), atual Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso (Sedec), concedeu incentivos fiscais, via Prodeic, de forma irregular para algumas empresas. No início do ano foram feitas auditorias na concessão de benefícios e incentivos fiscais e algumas irregularidades foram detectadas. Em razão dessas irregularidades foram instauradas investigações criminais sendo que a primeira foi relacionada à concessão do Prodeic para o grupo empresarial formado por três empresas de Cuiabá.
Durante as investigações alguns empresários assinaram um termo de colaboração premiada, auxiliando nas investigações, comprovando o pagamento de propina a servidores públicos em razão da concessão dos benefícios via Prodeic. O sócio-proprietário de uma destas empresas disse ter pago R$ 2,6 milhões de propina para conseguir enquadrar sua empresa em incentivos fiscais.
(Atualizada às 23h10)