Em entrevista a uma emissora de TV da capital, o governador Silval Barbosa (PMDB) apresentou um balanço completo sobre a gestão, asseverando respostas às críticas ferrenhas a sua administração. Silval expôs “o outro lado” do Executivo, com realização de obras macro, projetos estruturantes como o MT Integrado e avanços nos setores da educação e saúde, ao contrário as observações de adversários na campanha deste ano.
O governador assegura o bom desempenho de sua gestão, seguindo equilíbrio fiscal e financeiro e com repasse de responsabilidades para o futuro chefe do Executivo de Mato Grosso.
Silval rebateu pontuações de pesquisas sobre rejeição ao seu governo. “Se tem 50% de rejeição é porque tem outros 50% que avaliam bem. E estamos passando pelo período eleitoral. Fiz uma opção de não disputar a eleição e ficar no mandato até o fim da gestão. Logicamente fico exposto às críticas. Um governo que não erra é porque não tem acertos. Outro governador terá dificuldades para fazer o mesmo no mesmo tempo de mandato”.
O gestor estabeleceu parâmetros para avaliação da atual gestão a partir da extensa lista de projetos e programas instituídos em seu mandato. “O que fizemos na história nenhum outro governador terá a oportunidade de fazer. Realizamos um evento atípico, a Copa de 2014 dentro do mandato. Tivemos a definição de metas onde não tinha recursos. Nos comprometemos e fizemos obras para a região metropolitana e também para o interior. Tivemos dificuldades sim, e outros teriam também”.
Indicadores – o suporte para a defesa de Silva está baseado, como pontuou na entrevista, em dados repassados a ele pelos gestores de pastas, como da Educação e Saúde. Ao ser questionado sobre o negativo desempenho de Mato Grosso no Ideb, relativo ao ensino fundamental, disse que a greve da classe dos trabalhadores da educação foi o ponto nevrálgico. E fez questão de frisar a evolução do Estado, na educação básica, em que Mato Grosso ocupa o 5º lugar no ranking nacional.
Na saúde, negou a ocorrência de atrasos, destacando serem casos já resolvidos com municípios e seguindo neste momento uma linha contínua de destinação dos recursos à área. “A situação infelizmente é assim em todo o país. Parece que vão destinar recursos do pré-sal para a saúde, porque essa responsabilidade é tripartite, ou seja, da União, estados e municípios. E o Estado de Mato Grosso fez e está fazendo muito, como parceria com o Hospital Santa Helena e abrimos novos hospitais em municípios como Sinop e Alta Floresta. Ao contrário do que falam, abrimos hospitais. Lembrou ainda parcerias do Estado com a UFMT para construção do novo Hospital Universitário Júlio Muller, além de expansão da Unemat e ampliação de cursos de medicina em cidades como Sinop e Rondonópolis.
Silval rebateu “cobrança” sobre desempenho do governo sobre obras de ampliação do Aeroporto Marechal Cândido Rondon, que segundo ele, estão sob a tutela da Infraero e das empreiteiras contratadas para execução das mesmas. Sobre o VLT, disse que recebeu previsão recente sobre possibilidade de entrega em dezembro de 2015.
Endividamento – Silval reiterou que o último quadriênio será fechado no “azul”, leia-se, contas equilibradas no caixa público de Mato Grosso. Lembrou que quando assumiu o Executivo, entre 2011 e 2012, a destinação para a dívida do estado era de aproximadamente R$ 1 bilhão. Reestruturação permitiu redução do montante para cerca de R$ 620 milhões, sendo uma média considerada para o exercício de 2015.
Um dos maiores programas da gestão estadual, o MT Integrado, que interliga 44 municípios com recuperação e pavimentação asfáltica, deverá chegar ao final do mandato com cerca de 45% de execução das obras, e liberação da ordem de R$ 700 milhões. “Tivemos liberação de recursos e outros R$ 800 milhões ficarão na conta para o próximo governador mais a contrapartida. O difícil é viabilizar projetos e recursos e isso nós fizemos”, asseverou Silval Barbosa ao lembrar que após o encerramento de seu mandato, voltará para Matupá, cidade que administrou, devendo se dedicar aos trabalhos na iniciativa privada. O sentimento, acrescentou, é de dever cumprido.