A ex-senadora Serys Slhessarenko parece não ter aceitado tão bem a escolha do PTB. A sigla optou por apoiar, no lugar dela, o projeto de reeleição do senador Jayme Campos, juntamente com o pré-candidato ao governo, senador Pedro Taques (PDT). Durante entrevista, ontem, concedida à rádio CBN Cuiabá, Serys afirmou que existem outros candidatos tentando intervir nos rumos da campanha para querer definir os candidatos antes das convenções.
“Tem gente definindo qual candidato vai e qual não vai. Isso é muito feio querer homologação antes mesmo das convenções. Já querem sair da convenção com 90% de possibilidade de ser eleito. Isso é um absurdo, isso é um desrespeito à democracia, um desrespeito à vontade popular. Querer sair com causa ganha, então não seja candidato, deixa aqueles que querem disputar voto a voto”.
Questionada sobre a desistência, em menos de 72 horas, do PTB em levar seu nome ao senado, Serys disse que não entende o motivo, pois havia duas propostas e tudo parecia caminhar para que a opção pela candidatura própria fosse a escolhida, porém, o partido decidiu outro caminho.
“Pela lógica me parece que a candidatura própria ia fortalecer o partido, por mais que não ganhasse, pois é uma partida ferrenha. Mas mesmo assim, na minha crença, a gente sairia muito mais forte do partido com a candidatura própria, mas eu me equivoquei. Eu na hora fiquei incrédula, não entendi mesmo”.
Serys afirmou estar indignada, pois a população de Mato Grosso está sendo manipulada de certa forma, pois podem existir somente duas candidaturas. Mas mesmo com a escolha feita, ela acredita que tudo pode mudar até o dia 30, data final das convenções. “Há uma expectativa, para mim tudo pode mudar até meia-noite do dia 30. Se eu tenho esperança? Tenho. São sete dias e eu tenho essa expectativa. Depois da ata assinada é que não pode mais mudar, sem contar que o próprio partido está incomodado com esta situação que foi criada”.
Para ser beneficiada, a ex-senadora trabalha nos bastidores para que o PTB lance uma terceira via na chapa majoritária de última hora. Para sustentar a mudança do cenário eleitoral, a ex-petista ressalta a decisão da Executiva do partido em não caminhar com o PT para a reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), mas sim apoiar o PSDB do candidato à presidência da República, Aécio Neves.
Logo depois da entrevista, a ex-petista mudou a sua fala. Adaptando um discurso mais ameno, alegou que não havia falado nada sobre a escolha do PTB, muito menos do pré-candidato Jayme Campos, mas sim falou o que acontece em geral na política de Mato Grosso.