A senadora Serys Slhessarenko cobrou da direção do seu partido, o PT, “sensibilidade para entender” o desejo que vem sendo expressado pela maioria das lideranças da sigla, em sucessivos encontros regionais, contra a realização das prévias, marcada para o dia 18, para definir o candidato a ser indicado para disputar uma das vagas de Mato Grosso ao Senado Federal. Ela lamentou que o grupo liderado pelo deputado federal Carlos Abicalil, que se lançou interessado na vaga, esteja agindo com “deslealdade, acusando-a de romper o acordo firmado com a direção nacional. “Se alguém rompeu alguma coisa, não fui eu. Foi ele” – disse.
Em busca de um acordo, a direção do PT pediu para evitar o debate e a campanha e aguardar por uma solução negociada. “É estranho isso da parte dele, especialmente de um dirigente, que deveria usar da sinceridade e trabalhar pela união do PT. Não fui eu quem mandei imprimir panfletos e entregar correspondências nas casas. Não sou eu quem está mandando e-mails para os filiados. É ele e seu grupo. Essas afirmações dele é uma atitude desleal. Se alguém rompeu alguma coisa, não fui eu” – criticou.
Ao se defender dos ataques, Serys disse que sempre esteve em contato com as bases no interior. “Nunca fui adepta da política de gabinete – frisou. E não vou mudar porque o senhor Abicalil se sente mal com as minhas idas ao interior”. Ela voltou a questionar a articulação promovida pelo grupo do dirigente de suprimir o seu direto de ser candidata a reeleição e reafirmou que tem um mandato bem avaliado por todos os correligionários, inclusive pelo deputado Carlos Abicalil.
“Não tenho dúvidas de que é uma violência. Eu acredito no entendimento da reeleição até porque ele (Abicalil) tem um mandato bem avaliado e, na reeleição, podemos ajudar o PT a eleger mais deputados federais e mais deputados estaduais” – lamentou.
Serys aproveitou para criticar as ironias do suplente de deputado Alexandre César, sobre as prévias. “Não trabalho com ironias, sou uma pessoa extremamente séria, especialmente na área de política, porque isso envolve toda a população do meu país e do meu Estado. Não faço política com irresponsabilidade, senhor Alexandre. Exijo que me respeite. Tenho trabalho prestado e estou entre os 10 senadores mais bem avaliados. Portanto, me respeite”.
A senadora do PT disse que se não houver entendimento, o caminho será às prévias, conforme regras estatutárias do partido. “Se eu perder é porque tem algo errado e saberei entender o recado do meu partido, dos integrantes da base do PT. Eu sairia da vida pública de cabeça erguida. Isso não é ameaça ou pressão. Isso é coerência, algo que falta a muita gente; coerência” – disse, em desabafo contra o que chamou de”truculência” e “soberba” do grupo de políticos liderados por Carlos Abicalil. “Mas o filiado do PT saberá dar resposta a essas agressões” – disse a senadora.