O segundo Encontro de Governadores do Centro-Oeste que acontece no Palácio Paiaguás nesta segunda-feira contou também com a presença de cerca de 250 pessoas que o governo não “convidou” e que por esse motivo tiveram que resistir contra investida da Polícia Militar que tentou impedí-los de se manifestarem na frente do Palácio Paiaguás. São servidores em greve da Secretaria de Meio Ambiente (Sema), Departamento Estadual de Trânsito (Detran) da Polícia Civil, os escrivães e investigadores.
Sindicalista da Sema, Murilo Covezzi, explica que a Polícia Militar tentou impedir os servidores de se manifestarem para chamar a atenção do governador Silval Barbosa que debate a reforma tributária com os mandatários Confúcio Moura de Rondônia, Siqueira Campos de Tocantins, Marconi Perillo de Goiás, Agnelo Queiroz do Distrito Federal, e André Puccinelli do Mato Grosso do Sul. “Estamos no nosso direito de fazer greve e protestar para sermos ouvidos pelo governo, que até agora não sinalizou para atender o pleito das 3 categorias em greve”, conta Murilo que garante que a greve só será suspesa após o governo atender as reividicações.
Cerca de 250 servidores dos 3 órgãos fizeram o “buzinaço” além do carro de som utilizado para dar voz ao movimento agora unificado contra o governo. Diretor do Sindicato dos Servidores e Entidades Públicas do Meio Ambiente (Sintema) Osmar Prado explica que em greve há mais de 40 dias e não conseguiram falar com Silval. Quem vinha conduzindo as negociações eram os secretários Cezar Zílio e José Lacerda (Casa Civil), mas sem acordos alegam que apenas o governador pode resolver o impasse. “Protocolamos um ofício há quase 30 dias para falar com Silval e ele se recusa a nos atender. Por isso resolvemos fazer a manifestação para ele nos ouvir e conversar conosco”, diz Prado.
Contesta ainda as informações que segundo ele, o governador estaria dizendo para a imprensa que a Sema está funcionando normalmente. “Isso é uma mentira do Silval, estamos parados e além do aumento salarial reivindicamos melhorias na estrutura para trabalharmos”.
Prejuízos: A greve dos servidores da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) já provocou prejuízo de mais de R$ 57 milhões ao setor madeireiro, a quarta economia de Mato Grosso. Presidente do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira de Mato Grosso (Cipem), João Carlos Baldasso, alerta que o prejuízo não é só para o setor, não é só econômico. É social também, pois várias famílias podem perder o sustento, já que mais de 2 mil empregos em diversas regiões estão ameaçados.
Na Polícia Civil, as ocorrências estão se amontoando nas delegacias, e sem investigação os crimes ficam sem solução e com os culpados livres pelas ruas. No Dentran, apenas serviços essenciais estão sendo mantidos, como emissão carteiras de habilitação vencidas há mais de 30 dias.