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Sergio Moro deixa o ministério da Justiça: ‘presidente não me quer no cargo’

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Só Notícias (foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil - atualizada 10:51h)

O ministro Sergio Moro acaba de confirmar seu pedido de demissão do ministério da Justiça. O principal motivo foi a decisão do presidente Bolsonaro de demitir o diretor geral da Polícia Federal, Mauricio Valeixo. Ele alegou que foi o único profissional que indicou para a PF. A demissão de Valeixo foi decidida por Bolsonaro e publicada hoje no Diário Oficial. “Eu não assinei esse decreto (da demissão). Fiquei sabendo de madrugada, no Diário oficial. O diretor geral não apresentou pedido oficial de demissão”. “Fato é que não existe pedido formal. Fui surpreendido. Acho que isso foi ofensivo. Vi que a Secom (secretaria de Comunicação do governo) disse que foi a pedido, mas não é verdadeiro”.

“O presidente não me quer no cargo”, afirmou Moro. “Agradeço ao presidente minha nomeação. Fui fiel ao compromisso. Vou começar a empacotar minhas coisas e encaminhar minha carta de demissão. Não posso continuar sem condições de preservar a autonomia da Polícia Federal para realizar seu trabalho ou concordar com interferência na PF”.  “Espero que alguém que realize trabalho autônomo e independente”, disse Sergio Moro

Principal juiz da operação Lava Jato que levou dezenas de políticos e empresário para a cadeia e deixou o cargo para ser ministro da Justiça. “Abandonei 22 anos de magistratura. Infelizmente é um caminho sem volta. Mas quando assumi eu sabia dos riscos. Vou descansar um pouco. Nesses 22 anos foram de muito trabalho, especialmente nesse período da lava jato e no cargo de ministro. Vou procurar mais adiante um emprego. Não enriqueci no serviço público, nem como magistrado nem como ministro”.

Moro criticou Bolsonaro ao revelar que o “presidente passou a insistir na troca do diretor geral. Eu disse que não tem nenhum problema, mas eu preciso de uma causa, normalmente relacionada a insuficiência de desempenho, erro grave. No entanto, o que eu vi nesse período, foi um trabalho bem feito (pelo diretor geral da Polícia Federal), operações de combate a corrupção e outras, queda de estatísticas criminais e o trabalho estava sendo positivo”. “Não é uma questão do nome. Tem outros bons nomes para assumir o cargo de diretor, outros delegados competentes. O problema dessa troca é a violação da promessa que me foi feita que tinha carta branca, e está ficando claro é que está havendo abalo na credibilidade”. “O problema nas conversas com o presidente, ele me disse que havia intenção de trocar superintendentes no Rio de Janeiro, Pernambuco, sem que me fosse apresentada uma causa para realizar esse tipo de substituição. Dialoguei muito tempo com o presidente, busquei postergar essa decisão”.

“Ontem, conversei com o presidente (sobre a troca do diretor geral) que houve insistência. Falei que seria uma interferência política e ele disse que é isso mesmo. Então, vamos substituir o Valeixo com alguém com perfil técnico e que fosse uma sugestão minha e da própria Polícia Federal. Eu sugeri Disnei Rossete, com quem não tenho grande familiaridade, não são questões pessoais, tecnicamente. Fiz essa sugestão e não obtive resposta. O presidente tem sua preferência”. “O grande problema não é quem colocar. É por que trocar ? e permitir interferência política na Polícia Federal”, atacou.

“Valeixo até manifestou a mim que seja melhor sair. Mas nunca voluntariamente mas em decorrência dessa pressão que não é apropriada”. “O presidente disse que preferia colocar uma pessoa com quem ele pudesse falar, obter informações de inteligências e não é papel da Polícia Federal” fazer isso, disse Moro. “A autonomia da Polícia Federal na aplicação da lei seja a quem for é um valor fundamental que temos que preservar em um estado de direito”. “Busquei uma solução alternativa para evitar uma crise política durante a pandemia, mas entendi que não poderia deixar de lado do meu estado de direito.

Em instantes mais detalhes

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