Em uma acalorada discussão no Conselho de Ética do Senado, os senadores Almeida Lima (PMDB-SE) e Tasso Jereissati (PSDB-CE) quase chegaram às vias de fato na manhã desta quinta-feira durante a discussão sobre o processo de votação do processo contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Tasso disse que Lima é um “palhaço” e que o senador está “vendido” para defender Renan.
Irritado, Tasso chegou a dar tapas na mesa no bate-boca com o peemedebista. “Vossa Excelência veio aqui só para perturbar esse evento. Veio aqui para fazer palhaçada. Vossa Excelência é um palhaço, está vendido”, enfatizou Tasso.
Lima, por sua vez, afirmou que “palhaço” era o senador tucano, disposto a impedir a apresentação do seu relatório ao Conselho de Ética. “Se Vossa Excelência sabe bater [na mesa], eu também sei. A tentativa de castrar a minha palavra para ler o relatório de cinco laudas, eu não vou aceitar”, enfatizou.
De forma irônica, Tasso chegou a afirmar que Lima estava agindo de forma estranha. “Calma, boneca”, disse o tucano. O senador teve as palavras duramente rebatidas pelo peemedebista. “Eu não imagino que Vossa Excelência tenha esse trejeito”, ironizou Lima.
O tumulto começou depois que a oposição defendeu que Lima não apresentasse seu relatório final do processo contra Renan. Os outros dois relatores do processo –Marisa Serrano (PSDB-MS) e Renato Casagrande (PSB-ES)– defendem que o texto elaborado em conjunto pelos dois seja colocado em votação como único parecer do conselho.
Os dois relatores argumentam que o relatório de Lima deve ser considerado prejudicado porque representa a minoria dos relatores. Serrano defendeu que Lima apresente apenas um voto em separado ao processo, o que provocou a dura reação do relator peemedebista.
“Querem impedir a leitura de um relatório de quatro laudas. Tudo o quanto diz respeito a uma manifestação que por acaso possa sair para o senador Renan tem que ser castrado. Não aceito ser tratado como sub-relator”, enfatizou Lima.
O presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), teve que suspender a sessão para acalmar os ânimos dos parlamentares. Mesmo com a sessão suspensa, o bate-boca entre Tasso e Lima continuou. O senador Romeu Tuma (DEM-SP), acompanhado por outros parlamentares, teve que interferir na discussão para que os dois não chegassem às vias de fato.