De julho a outubro, quando votações e debates no Congresso Nacional são próximos de zero, os senadores mato-grossenses não dispensaram a Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (Ceap), mais conhecida como verba indenizatória. Durante o "recesso branco", Jayme Campos (DEM), Serys Slhessarenko (PT), Jorge Yanai (DEM) e Gilberto Goellner (DEM) gastaram R$ 114.697,46 com alimentação, locomoção, hospedagem, e combustível. Neste período, Jayme foi o campeão de gastos. O salário de um senador é de R$ 16.512,00. Além disso, eles possuem limite mensal de despesas reembolsáveis de R$ 29.575,29 que recebem além do salário e do auxílio-moradia.
Por causa das eleições, o Senado realizou dois períodos de esforço concentrado para votações, o último no início de setembro. Desde então, foram realizadas sessões não-deliberativas, ou seja, destinadas apenas a discursos e comunicados. Com isso, os senadores puderam participar das campanhas eleitorais em seus estados como pôde ser comprovado pelos representantes de Mato Grosso, figuras recorrentes no bastidor estadual. O Diário limitou-se a calcular os gastos com Ceap.
O senador Jorge Yanai (DEM), que cobriu o período de licença de Gilberto Gollner (DEM), gastou em julho R$ 14.947,87. Em agosto, o democrata usou R$ 22.393,02. Em dois meses, ele gastou R$ 37.840,89. Ele foi candidato ao Senado, mas não logrou êxito ficando na quinta colocação.
Em setembro, Goellner retornou ao cargo e consumiu apenas R$ 1.084, 50. Outubro foram gastos R$ 1.200,88, totalizando R$ 2.285,38. O democrata não foi candidato a nada nesta eleição.
O senador Jayme Campos (DEM) não se candidatou a nenhum cargo eletivo, já que seu mandato termina em 2014. O democrata coordenou a campanha do presidenciável José Serra (PSDB) em Mato Grosso, além de ter atuado como articulador político do candidato ao governo Wilson Santos (PSDB).
Em julho, no início do período eleitoral, ele gastou R$ 22.698,25 da quota parlamentar. Em agosto, Jayme consumiu R$ 8.472,75, enquanto, em setembro, R$ 8.889,60. O total de gastos no recesso branco foi de R$ 40.060,60. O senador ainda não apresentou os gastos do mês de outubro.
A senadora Serys Slhessarenko (PT), que ficará sem mandato a partir de janeiro, gastou R$ 15.002,38. Em agosto, a senadora consumiu R$ 7.205,09. Já em setembro, os gastos chegaram a R$ 12.303,12. Serys também não informou os gastos de outubro. Em três meses, o consumo totalizou R$ 34.510,59. A petista foi a primeira mulher a presidir o Senado, ocupando o posto do senador José Sarney (PMDB) que entrou em licença médica. Os parlamentares ainda têm prazo para apresentar os gastos.
Levantamento do jornal Folha de São Paulo aponta que além de fazer vista grossa quanto às faltas dos parlamentares durante o "recesso branco", o Congresso registrou R$ 1,9 bilhão de despesas de todos os tipos. E o pagamento de horas extras também continuou.
Concluído o segundo turno das eleições, os senadores prometem retornar os trabalhos nesta quarta-feira. De acordo com a Agência Senado, a pauta inclui 69 projetos prontos para votação em Plenário.
VIAGEM – A senadora Serys Slhessarenko (PT) coordenará o grupo de parlamentares brasileiros no Congresso Nacional do Povo da China, sobre mudanças climáticas, que acontecerá em Tianjin, entre os dias 6 a 8 próximos.