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Senadores de Mato Grosso apontam que operação carne fraca terá impacto negativo considerável

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O senador José Medeiros (PSD), vice-líder do Governo, avaliou, em entrevista, ao Só Notícias, que a Operação Carne Fraca, realizada pela Polícia Federal para combater a venda ilegal de carnes atingirá profundamente a retomada do crescimento econômica e saída definitiva da crise financeira no Brasil. Porém, ressaltou o esforço do ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP) e do presidente Michel Temer (PMDB), em buscar reverter os danos causados no mercado financeiro, adotando novas medidas que possibilitem maior segurança à população e também aos consumidores do comércio interno e externo. “Terá impacto financeiro sem dúvida alguma. Muita empresas e produtores vão pagar pelos pecadores. É necessária uma reflexão do momento atual do Brasil. Existe um série de erros. A própria Polícia Federal, cometeu alguns deslizes na hora de divulgar a operação. Essa história de papelão na carne é uma tremenda loucura. Existe pessoas de péssima índole vendendo carne ruim aos consumidores e devem ser punidas. Esta operação ficou claro que o setor produtivo não pode ficar em uma única mão do monopólio”, criticou.

De acordo com o mato-grossense, os pequenos pecuaristas serão os mais atingidos por esse retrocesso no setor. “Quando estamos saindo da crise ocorreu uma desgraça dessa. Isso dará um impacto terrível principalmente aos pequenos. É lamentável, mas vamos conseguir passar por isso. Apesar da situação catastrófica a condução da crise está sendo bem feita. É um obstáculo muito grande, mas acredito que os produtores conseguirão superar mais essa etapa. O Ministério da Agricultura está trabalhando para amenizar esse impacto”.

Já o senador Cidinho Santos (PR) classificou que a Operação Carne Fraca, como uma "irresponsabilidade com o setor produtivo" que gera cerca de sete milhões de empregos. Segundo ele, a operação não esclareceu que, dos 4.837 estabelecimentos cadastrados no Sistema de Inspeção Federal (SIF), 21 foram citados nas investigações e apenas três foram interditados cautelarmente. “Hoje vemos União Europeia, China, Cingapura, Coreia do Sul – que tinha uma missão chegando ao Brasil hoje – suspendendo as importações de carnes do Brasil. Quem não tem conhecimento do setor não sabe do efeito cascata que pode ocorrer”, alertou o senador, acrescentando que o sistema de armazenagem das empresas não tem capacidade de suportar a produção por mais de uma semana. Se permanecer essa situação, nós teremos um colapso. Alguns produtores, donos de frigoríficos, que já estão falando em abater, em matar os pintinhos que estão no incubatório ou que estão para nascer, com a preocupação de não haver onde colocar esses frangos se permanecerem essas barreiras que foram impostas”.

O senador criticou a forma com que a operação foi divulgada, o que deu a entender que toda a carne brasileira é imprópria para consumo. A falta de informação fez com que um áudio, que diz para descartar a carne mecanicamente processada em bandejas de papelão fosse entendido como se o papelão fosse processado junto com a carne. “Empresas nacionais consolidadas, com 80 anos, com 100 anos de história, viram seus nomes jogados no lixo. Há empresas que, em um só dia, perderam de R$ 4 a R$ 5 bilhões de patrimônio”, disse.

Segundo a investigação da Polícia Federal, ao menos 30 empresas produtoras de carne adulteravam a data de validade dos produtos comercializados. Para mascarar a aparência e o cheiro ruim da carne vencida, eram usados produtos químicos com o ácido ascórbico (ou vitamina C) e o ácido sórbico (ambos são ingeridos regularmente em dietas normais, mas podem causar problemas de saúde em quantidades exageradas). As empresas também injetavam água nas peças, para aumentar o peso dos produtos, e acrescentavam papelão no preparo de embutidos. As carnes chegavam aos supermercados graças ao pagamento de propina a fiscais do Ministério da Agricultura, que afrouxavam a vigilância. Nem sempre a propina envolvia dinheiro – até mesmo caixas de carnes, frangos e botas foram dadas como forma de pagamento pela vista grossa das autoridades.

Nenhuma empresa do setor instalada em Mato Grosso foi alvo da operação.

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