A senadora Selma Arruda (Podemos) partiu para cima do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, que também é de Mato Grosso, para defender sua posição em relação à abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Lava Toga, que pretende investigar o Poder Judiciário. Após o ministro citar reportagens do site The Intercept Brasil para justificar seu voto na tese que pode permitir aos réus a apresentação das alegações finais depois de serem delatados, o que, em efeito cascata, pode anular condenações decorrentes da Operação Lava Jato, Selma foi às redes sociais repudiar o ministro que, segundo ela, age por vingança.
“Gilmar Mendes quer anular todos os processos da Lava Jato simplesmente porque o The Intercept publicou que procuradores da força tarefa teriam chamado os ministros do STF de vagabundos. Meu repúdio a esse ministro que despreza a lei, a Constituição e o povo brasileiro para satisfazer, mais uma vez, seus desejos pessoais de vingança”, publicou Selma.
Selma Arruda é juíza estadual aposentada e ganhou notoriedade ao condenar políticos em Mato Grosso, a exemplo do ex-deputado José Riva e do ex-governador Silval Barbosa, o que rendeu a ela o apelido de “Sérgio Moro de saias”. Aposentou-se e no ano passado elegeu-se senadora pelo PSL com o slogan de “senadora do Bolsonaro”.
Neste ano teve o mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral por unanimidade. Ela foi condenada por abuso de poder econômico e por Caixa 2. Mantém-se no cargo por recursos enquanto aguarda o julgamento definitivo no Supremo Tribunal Federal.
A senadora adotou a CPI da Lava Toga como bandeira e tem defendido a abertura veementemente. Após sentir-se desprestigiada no PSL de Jair Bolsonaro e de ser pressionada pelo filho do presidente, senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), para retirar sua assinatura do requerimento para abertura da CPI, ela migrou para o Podemos, onde acredita que terá mais condições de emplacar a Comissão.