Presidente do PT de Mato Grosso, a senadora Serys Slhessarenko disse ontem que “alguém do diretório” mato-grossense, sem seu conhecimento, “pode ter feito contato” com Valdebran Carlos Padilha da Silva e Gedimar Pereira Passos, presos quando esperavam dossiê contra José Serra (PSDB).
O material foi enviado por Luiz Antonio Vedoin, apontado como chefe da máfia dos sanguessugas. Em depoimento à PF, Gedimar disse que foi contratado pelo PT nacional para examinar o dossiê, composto por uma fita de vídeo, um DVD e seis fotos. Segundo Serys, “alguém do diretório [de MT] pode ter feito esse contato” entre o PT e Valdebran.
Indagada se Valdebran pode ter usado o nome do diretório na negociação, ela disse: “Com certeza. Ou então alguma pessoa do diretório. Alguém do diretório pode ter feito esse contato. Comigo não foi”. Valdebran é filiado ao PT em Cuiabá, mas não tem cargo no diretório.
O secretário-geral do partido em Mato Grosso, Alexandre Cesar, afirmou que Valdebran arrecadou recursos para a sua campanha a prefeito em 2004. Cesar afirmou que nada sabe sobre o dossiê contra Serra. O presidente do PT de Cuiabá, Jairo Rocha, disse que pedirá a expulsão de Valdebran do PT.
“Esse rapaz [Valdebran] tem muita raiva de mim porque diversas vezes eu o impedi de assumir diversos cargos no governo”, disse ela, que alega ter barrado sua nomeação para um posto na Eletronorte.