José Medeiros (PSD) deverá integrar a comissão de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) no Senado, que agora analisa o processo autorizado pela Câmara Federal, ontem. Ele confirmou, ao Só Notícias, que obteve confirmação do líder do PSD, Omar Aziz (AM), que vai indicá-lo. “Estamos aqui montando e o líder do PSD, Omaz, vai me indicar para compor. Mas o martelo ainda não foi batido porque também tem outros parlamentares que querem […] Tenho defendido o impeachment desde ano passado e acho importante Mato Grosso ter um representante”. Uma reunião deve acontecer ainda hoje em Brasília.
Para a comissão, o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) é o mais cotado para presidência e a senadora Ana Amélia (PP-RS), relatora, o que Medeiros avaliou que não é visto com bons olhos pelo governo. “Aqui nos corredores, o governo não é favorável que ela integre a comissão, porque é extremamente de oposição”.
Medeiros ainda defendeu a aprovação do processo na Câmara. “Tivemos um resultado maiúsculo. O governo realmente não tem mais apoio nenhum. No presidencialismo, para governar o presidente precisa disso, e ficou claro que não tem. O que sentimos foi o apoio popular, as pessoas querendo que se chegasse logo aos 342 votos (mínimo para aprovar o impeachment). É um ciclo que que se acabou, findou em melancolia”, disse, ao destacar que se falhas tivessem sido reconhecidas desde a gestão do ex-presidente Lula, a oposição estaria no poder.
De acordo com o Senado, após receber o processo de impeachment, essa tarde, Renan Calheiros (PMDB-AL), deve se reunir com a presidente Dilma e com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, à respeito do rito.
Conforme Só Notícias já informou, na Câmara, houve 367 votos favoráveis e 137 contrários. Sete se abstiveram de votar e dois não compareceram. Da bancada mato-grossense, seis dos oito parlamentes votaram pelo impeachment. Nilson Leitã (PSDB), Victório Galli (PSC), Adilton Sachetti (PSB), Fabio Garcia (PSB) , José Augusto Curvo (PSD) e Carlos Bezerra (PMDB). Foram contrários, Ságuas Moraes (PT) e Valtenir Pereira (PMDB).
Com a aprovação da admissibilidade caberá ao Senado decidir pela abertura do processo de impedimento de Dilma, o que depende dos votos de maioria simples. A votação deve acontecer nos próximos 15 dias.