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Senador Medeiros quer ouvir Joesley e Janot na CPMI que apura irregularidades em operações financeiras

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O senador José Medeiros (Podemos) apresentou um requerimento em que pede a convocação do empresário Joesley Batista e do procurador geral da República, Rodrigo Janot, à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) criada para apurar eventuais irregularidades em operações financeiras realizadas pela J&F, que controla o Grupo JBS, de propriedade de Batista, com o Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES). A solicitação, protocolada ontem, e ainda será votada pelos membros da comissão.

Além de Batista e Janot, Medeiros quer que sejam ouvidos a esposa do empresário, a jornalista Ticiana Villas Boas, o ex-executivo da JBS, Ricardo Saud, o ex -procurador do Ministério Público Federal (MPF), Marcelo Miller, e o procurador da República Eduardo Pelella. Saud e Batista estão presos temporariamente por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), sob a acusação de terem tentado enganar a PGR em seus acordos de colaboração.

Os acordos de delação firmados pelos executivos da J&F são parte do objeto que será investigado pela CPMI, instalada no último dia 30 de maio pelo Congresso Nacional e presidida pelo senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO). Embora os membros já tenham sido definidos, ainda não há um relator para a comissão.

Mesmo com a intenção de apurar as tratativas para os acordos, a CPMI tem como foco principal a análise dos negócios praticados pela J&F com o BNDES entre os anos de 2007 e 2016, durante os governos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Neste período, o faturamento da holding saltou de R$ 4 bilhões para R$ 170 bilhões, muito por conta da aquisição de outras empresas.

“Essa delação desde o início é um ponto fora da curva, destoando do modus operandi da força-tarefa da Operação Lava Jato de Curitiba. Fiz estes requerimentos porque precisamos deixar esta situação bem clara, saber se este procurador (Miller) estava instruindo os colaboradores a gravar. Precisamos preservar a credibilidade da PGR e a delação como uma ferramenta forte”, explicou o senador.

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