A queda do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, que, após uma série de conflitos cultivados em dois anos à frente do Itamaraty e após briga recente com o Senado, foi substituído ontem pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pelo diplomata de carreira Carlos Alberto Franco França, foi um alívio para o senador Wellington Fagundes (PL), que viu as brigas com a China como um dos principais dificultadores para os mato-grossenses, que têm o país asiático como principal cliente no mercado externo.
“O ministro tomou posições no cargo de Relação Exteriores que foram extremas e isso, é claro, dificultou a relação comercial do Brasil com a China. Sabemos que o mundo hoje depende desses insumos básicos da China. E ministro foi perdendo a condição, digamos de governabilidade. Ou seja, de relações”, declarou em entrevista coletiva.
Depois de se alinhar ideologicamente aos Estados Unidos de Donald Trump, de elogiar países antidemocráticos, e de comprar brigas dos filhos de Bolsonaro com a China, a pá de cal em Araújo foram as recentes brigas com o Senado, especialmente com a senadora Kátia Abreu (PP-TO) a quem acusou de fazer lobby para a China.
“Me parece que o tempo do ministro das Relações Exteriores foi vencido. Para um ministro, não ter condições e diálogo com Senado da República, ficaria muito difícil para ele. Então foi [uma decisão] sensata”, acrescentou Fagundes.