O senador Wellington Fagundes (PR) quebrou o silêncio e se posicionou em relação à greve dos profissionais da educação da rede estadual, que se aproxima do segundo mês. Ele, que foi adversário do governador Mauro Mendes (DEM) na campanha do ano passado e que evitava fazer críticas ao democrata, saiu em defesa dos professores dizendo que falta diálogo e transparência em relação aos números do governo.
“Sou um homem do diálogo e costumo dizer que não sou de briga, sou de luta. Penso que a greve não deveria ter acontecido se tivesse chamado todos e pudessem encontrar um melhor caminho. Se o governo alega que não tem caixa suficiente, então que abra essas contas, que mostre de forma clara à população, principalmente ao servidor e chame para o desafio: como vou pagar ?”, declarou o senador.
O senador, que teve apoio dos partidos de esquerda e dos setores ligados ao funcionalismo público durante a campanha, demonstrou preocupação com os prejuízos aos alunos e com a reposição das aulas, mas enfatizou que o servidor não pode ser encarado como um problema.
“Os servidores foram colocados como peça problema para o Estado, mas não podem ser encarados dessa forma. O servidor tem o papel mais importante que é ajudar a governar, seja na arrecadação ou na aplicação dos recursos”, disse.
A greve completa quase dois meses. Os professores cobram o cumprimento da lei 510/2013 que prevê reposição salarial de 7,69% neste ano e reposições semelhantes no ano seguinte. O governo diz que está em estado de calamidade financeira, com as contas deficitárias e não aceita pagar o reajuste.
O governo do Estado já participou de várias reuniões com Sintep expondo as dificuldades financeiras e que, se conceder o reajuste solicitado, vai desrespeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal.