Membro titular da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, e vice-presidente do Conselho de Ética do Senado, o senador Jayme Campos (DEM) avisou na quinta-feira que a comissão, mesmo que integrada de maioria governista, "não se curvará diante da gravidade das acusações, devendo responsabilizar culpados, se houver, doa a quem doer". Foi um recado do parlamentar para reflexos das investigações que poderão respingar em vários estados, incluindo Mato Grosso, que possui lista extensa de contratos com a empreiteira Delta.
Diferente do que protagonizava a equipe de plantão do governo federal, a CPMI deverá se ater não apenas ao foco principal, das ligações do contraventor Carlos Cachoeira com políticos, mas devendo abranger a Delta em várias unidades federativas. Dessa forma, Jayme entende que seguindo o panorama de trabalhos, existe a possibilidade de o ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antônio Pagot, ser convidado a prestar esclarecimentos.
O senador democrata reiterou defesa de que todo o trabalho deve ser concluído em aproximadamente 6 meses, com certa celeridade, respeitando as normativas da comissão. Preferindo não aprofundar as discussões que envolvem o Estado, Jayme disse que os partidos da oposição não permitirão movimentações a cargo da base governista, leia-se principalmente o PT e o PMDB, que possam preconizar "proteção" a pessoas próximas do governo federal, o que pode recair sobre outros ministérios além do Ministério dos Transportes.
ACPMI marcou o depoimento de Carlos Cacheira para o dia 15 deste mês e do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), suspeito de tráfico de influência, para o dia 31. Também foi aprovada a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de Cachoeira, desde o dia 1o de janeiro de 2002. Foram aprovados 55 requerimentos.