O senador Carlos Fávaro (PSD) também politizou o futebol e criticou a postura dos jogadores da Seleção Brasileira e do técnico Tite contrárias à realização da Copa América no Brasil, com cinco jogos em Cuiabá, e, apesar de se dizer a favor da ciência, classificou as críticas como “estranhas” e absurdas”. Na opinião do parlamentar, se tem jogos da Copa Libertadores sendo realizados no Brasil, não há por que não realizar a competição continental de seleções.
“É muito estranho. Sou a favor da ciência, do distanciamento social, da vacina. Nós temos que superar esta pandemia. Com todos os critérios, com todas as regras sendo estabelecidas, as coisas começam a acontecer. No futebol, os campeonatos estaduais aconteceram, o Campeonato Brasileiro está acontecendo. [Vão dizer] ah, mas trazer delegações internacionais é um risco de trazer novas cepas. A Libertadores pode acontecer? Tem gente de outros países vindo jogar aqui no Brasil. Futebol de bairro está lotado com 200, 300 pessoas no campo batendo uma bolinha. Tudo pode. Agora, não pode vir a Copa América? A Seleção Brasileira não pode jogar? É um absurdo. É um desrespeito com o futebol brasileiro, que, infelizmente, está indo de mal a pior com esta gestão”, afirmou há pouco em entrevista à Rádio Capital FM, de Cuiabá.
Desde que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) decidiu sediar a Copa América com apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), após desistência da Colômbia e da Argentina por questões sanitárias, instalou-se uma crise na Seleção. Jogadores e o técnico Tite estão insatisfeitos com a decisão tomada sem consultá-los e deixam no ar a possibilidade de boicotar a competição.
No lado político, o presidente da CBF Rogério Caboclo foi afastado depois de denúncias de assédio moral e sexual sobre uma funcionária da Confederação. O presidente Bolsonaro também demonstra descontentamento com a postura dos jogadores e de Tite e chegou a pedir a cabeça do treinador, sugerindo Renato Gaúcho, mais alinhado com a sua política, para comandar a Canarinho.
Amanhã a Seleção joga contra o Paraguai pelas Eliminatórias da Copa de 2022 no Catar. A promessa é de que jogadores e comissão técnica vão expor todas as situações publicamente