Principal líder do DEM no Estado, o senador Jayme Campos disse num discurso efusivo que o partido terá "candidato à prefeitura de Várzea Grande e que a legenda não volta atrás da decisão". É um claro recado aos vereadores do Democratas na Câmara Municipal que deixam a sigla para migrar para o PSD, presidido na cidade pelo prefeito em exercício, Sebastião Gonçalves, o Tião da Zaeli, que também deverá ser projetado para liderança de chapa majoritária. Pesquisa interna do DEM, encomendada recentemente, aponta a preferência maciça do eleitorado pelo nome do parlamentar numa eventual corrida à gestão pública.
Os números poderão evoluir, considerando que a cidade é a principal base eleitoral de Jaime. É aventado ainda para disputar o governo em 2014, em costura já iniciada e com suporte de outras legendas. Ele prefere não se indispor com líderes do PSD de Mato Grosso e até elogia a atuação da nova sigla. Mas sem travas na língua, não poupa críticas a posição dos vereadores. "Esses vereadores são o grande câncer do partido", disparou.
Jayme não descarta a chance de pleitear a disputa, mas por enquanto, coloca no tabuleiro político outras vias. Coordenou ontem, em rodadas de reuniões realizadas no município, filiação de 13 nomes oriundos principalmente do segmento empresarial. Dono de grupo de empresas do ramo de confeitaria e sorveteria, Luciano Almeida é uma das apostas, sendo cotado inclusive para encabeçar corrida à administração pública.
O DEM avalia a construção de projeto próprio, mas a decisão de deflagrar os planos ocorreu em meio a um cenário marcado pela insatisfação com a decisão de vereadores de abandonar os quadros do partido. Na terça-feira desta semana, em ato do PSD na Capital, Zaeli confirmou a migração de vereadores como Isabela Cristina; Denivaldo Pereira, o Baiano Pereira; Chico Curvo e o presidente do Legislativo, Antônio Gonçalo Pedro so de Barros, o Maninho, todos do DEM.
Para o senador, a prevista desfiliação dos parlamentares deverá colaborar para o programa de renovação do partido, já que na prática, não estariam agindo dentro dos preceitos partidários. "O que se tem que mudar é o conceito de fazer política, principalmente aqui em Várzea Grande. Se elegem e depois viram para outro lado. O espírito partidário continua e vai melhorar com os que estão aderindo à legenda e amanhã (hoje) vamos filiar pelo menos mais 30. Temos grandes quadros e os que decidirem sair não farão falta alguma", cutucou.
Apesar do ataque aos parlamentares, Jayme fez questão de reafirmar seu bom relacionamento com o principal líder do PDS no Estado, presidente da Assembleia Legislativa, deputado José Riva. Destacou atuação ímpar do parlamentar no sentido da construção da nova legenda em Mato Grosso e elogiou as articulações sob comando dele para assegurar a consolidação do PSD. "Respeito a capacidade do Riva, a atuação política dele. Admiro o poder de articulação e acho que ele está correto, porque o PSD não está obrigando ninguém a deixar os partidos. "Vai quem quer", avaliou.
O senador disse que o DEM mantém abertura para alianças. Ao que tudo indica, o PSD está inserido nesse contexto na maioria dos municípios, menos em Várzea Grande. Jaime acrescentou que "cada caso é um caso" e que as composições serão avaliadas. Lembrou que a sigla, a maior do Estado em relação aos filiados, com mais de 60 mil, trabalha com perspectiva de lançamento de candidaturas próprias na maioria dos 141 municípios. Levantamento prévio aponta para 73 pré-candidatos às administrações.
Na capital existe confiança sobre disputa ao comando do Palácio Alencastro. Corrente do DEM e líderes de outros partidos planejam assegurar o nome de Jayme Campos para liderança da disputa ao Palácio Paiaguás. Ele disse que no momento certo irá avaliar o assunto e avisa "que não corre de disputa" se assim for decidido pelo partido".